Por Agências
Atacante Neymar participa da treinamento da seleção brasileiro no Catar, às vésperas do duelo com a Coreia do Sul — Foto: Gabriela Biló /Folhapress
Horas antes, Tite havia adiantado que se o craque treinasse e estive bem, estaria garantido no time que encara a Coreia do Sul nesta segunda (5) no Catar
As orações das 18h30 eram transmitidas pelos alto-falantes da mesquita vizinha e ecoavam no Estádio Grand Hamad, em Doha, quando Neymar começou a correr atrás da bola neste domingo (4). Era apenas uma roda de bobinho, mas se tratava da chave para o atacante se escalar (como gosta de dizer Tite) para jogar as oitavas de final da Copa do Mundo.
Três horas antes, o treinador havia dito que treinar era a condição para o craque brasileiro enfrentar a Coreia do Sul nesta segunda (5), às 16h (de Brasília), no Estádio 974.
Tite, que não costuma confirmar a escalação, garantiu Neymar. "Quando eu não quero falar, digo. Então, ele [Neymar] vai treinar hoje à tarde. Se treinar bem, vai para o jogo. Os outros 10, não escalo", havia dito o treinador pouco antes, em coletiva de imprensa.
O camisa 10 sofreu lesão no tornozelo direito na estreia, diante da Sérvia. Fez tratamento em três períodos, sequer foi ao estádio na vitória sobre a Suíça, usou crioterapia, tratamento que utiliza nitrogênio para resfriar o corpo, para acelerar a recuperação. Teve otimismo de que voltaria nas oitavas de final, depois temeu não jogar. Enfim, recebeu a notícia de que poderia retornar aos treinos com bola.
Sem ele, a equipe bateu a Suíça e perdeu para Camarões, ambos por 1 a 0. Desde 1998 o Brasil não era derrotado em uma partida da fase de grupos da Copa do Mundo. E nunca havia perdido para uma seleção africana em Mundiais;
Consciente de que era o nome mais esperado, Neymar foi o último a entrar em campo neste domingo (5). A imprensa foi liberada para acompanhar apenas os primeiros 15 minutos.
O jogador participou do bobinho, correu sem restrição aparente e se divertiu com algo que ouviu de Thiago Silva, o mesmo zagueiro que pouco antes havia dito que a seleção havia ganhado uma vida nova no Mundial após o revés diante dos africanos.
"Na Copa de 2010, eu perdi um jogo e fui para casa. Em 2014, perdi um jogo e fui para casa. Em 2018, perdi um jogo e fui para casa. Em 2022, perdi um jogo e estou aqui nas oitavas de final. Dificilmente a gente tem outra oportunidade na Copa do Mundo. Agora teremos e vamos aproveitar", disse o defensor, capitão nas duas primeiras partidas.
Ele se referiu às derrotas nas quartas de final na África do Sul (para a Holanda) e na Rússia (Bélgica) e no 7 a 1 contra a Alemanha no Mineirão, pela semifinal.
Depois da roda de bobinho, Neymar participou de atividade de arranque em zigue-zague. Todos estavam presentes, mas o preparador físico Fabio Mahseredjian gritou o nome apenas do atacante, querendo seu empenho máximo. Como uma forma de garantir que estava tudo bem, Neymar reagiu com o mesmo esforço dos outros.
Histórico de problemas
É um alívio para a torcida brasileira e para Tite. Mas não se compara ao que Neymar sente. É a terceira Copa do Mundo em que ele sofre com problemas físicos ou de lesão. Sua campanha em 2014 foi interrompida pela lesão na coluna nas quartas de final diante da Colômbia. Na Rússia, em 2018, chegou ainda em recuperação de fissura no metatarso do pé direito.
Lesões se tornaram um drama para o Brasil no Catar. Antes do Mundial, Tite não pode convocar Guilherme Arana, que passou por cirurgia no joelho. Já em Doha, teve as contusões de Neymar, Danilo (tornozelo) e Alex Sandro (sobrecarga muscular na perna).
Gabriel Jesus e Alex Telles (joelho) não vão mais jogar na Copa e não podem ser substituídos por novos convocados. Isso significa que a seleção vai até o final do torneio com apenas 24 inscritos. (Alex Sabino - Folha Press)
https://www.otempo.com.br/copa-do-mundo/neymar-treina-e-confirma-presenca-pelo-brasil-nas-oitavas-da-copa-do-mundo-1.2776885