Por EPTV1 — Poços de Caldas, MG
Família vítima de crime de feminicídio faz campanha e pede por justiça em Poços de Caldas
Família que perdeu filha de forma brutal faz campanha em Poços de Caldas; júri popular do caso, que também vitimou amiga, será na próxima terça-feira (8) em Nova Friburgo.
Uma família que perdeu uma filha brutal pelo crime de feminicídio em Nova Friburgo (RJ), em outubro de 2019, faz uma campanha em Poços de Caldas (MG) com dois objetivos: pena máxima para o réu e um basta para que mais ninguém sofra o que tantas mulheres sofreram.
No apartamento onde mora, em Poços de Caldas, tudo ainda faz Sandra Mara dos Santos lembrar da filha Alessandra. As várias fotos espalhadas pela sala, os quatros nas paredes e várias peças que a artista plástica fez ao longo da vida. Já se passaram 2 anos desde que a fiha foi morta pelo ex-companheiro, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.
Alessandra Vaz (esq.) e Daniela Mousinho (dir.) morreram em 2019 depois de serem trancadas em um banheiro e homem atear fogo no imóvel em Nova Friburgo, no RJ — Foto: Arquivo pessoal
"Eu penso nela todos os dias, 24 horas eu vejo o sorriso dela, eu sinto a presença dela do meu lado, ela era muito carinhosa e eu digo sempre para a Andreza e para a Adriana, todos os dias ela morre para mim, é como se todos os dias fosse o dia do velório dela e ela morre pra mim", disse emocionada a mãe de Alessandra.
O crime aconteceu em outubro de 2019. De acordo com as investigações, o engenheiro de produção Rodrigo Alves Marotti, de 33 anos, teria trancado a ex-namorada Alessandra Vaz, de 46 anos e a amiga dela, Daniela Mousinho, de 47, no banheiro da casa onde Alessandra morava.
Depois disso, o homem ainda ateou fogo. As duas tiveram mais de 80% dos corpos queimados e morreram nos dias que se seguiram. Rodrigo Marotti vai ser julgado na próxima terça-feira, dia 8 de fevereiro, no Fórum de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
Rodrigo Alves Marotti vai a julgamento no Tribunal do Júri pelos assassinatos de Alessandra Vaz e Daniela Mousinho, em 2019, em Nova Friburgo — Foto: Reprodução/Redes sociais
O caso corre em segredo de justiça, mas em Poços de Caldas, familiares fazem uma campanha nas redes sociais pedindo que o réu receba pena máxima no julgamento e também para fazer um alerta contra o feminicídio. Vídeos feitos pelos familiares estão sendo divulgados na internet.
"Como é um júri popular, quando a gente torna esse caso público, a possibilidade da gente ter uma pena máxima é muito maior, quando tem um caso de visibilidade, é muito maior. São sete pessoas que vão estar julgando esse feminicídio e do ser humano a gente pode esperar qualquer coisa né, então a intenção de lançar essa campanha foi de pedir pena máxima para Rodrigo Marotti", disse a irmã de Alessandra, Andresa vaz.
Alessandra morava há 11 anos no Rio de Janeiro. Em Poços de Caldas, a família não chegou a desconfiar das atitudes do ex-companheiro dela.
"Eu tenho uma tristeza muito grande de como existem pessoas que podem nos enganar dessa forma. Ele era uma pessoa que a gente confiou, ele dormia aqui no quarto, ele acordava de manhã, ele gostava de tomar um cafézinho fresquinho na cama, ele não gostava de levantar antes e eu todas as vezes que ele esteve aqui eu servia esse café pra ele na cama, eu mesma, não foi minha filha, então ele enganou muito bem e como ele tem muitos que enganam", disse a mãe de Alessandra.
Para a família, o julgamento poderá trazer um pouco de conforto em meio a tanto sofrimento.
"Eu espero a justiça né, justiça dos homens, porque eu sei que a justiça de Deus será feita. Então eu espero realmente que no dia 8 o júri popular faça justiça, dê a condenação máxima pra ele", disse a irmã Adriana Vaz Massa.
https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2022/02/05/familia-mineira-de-mulher-morta-incendiada-no-rj-faz-campanha-por-pena-maxima-de-ex-companheiro.ghtml