Raphael Veiga vive auge no Palmeiras e busca a eternidade no Mundial: "Sonho possível"

Atleta chega para disputar o Mundial de Clubes da Fifa de 2022

Raphael Veiga durante treino do Palmeiras — Foto: Cesar Greco

Por Felipe Zito — Abu Dhabi, Emirados Árabes

Contratado como uma aposta pouco conhecida no fim de 2016, Raphael Veiga chega para disputar o Mundial de Clubes da Fifa de 2022 consolidado como uma das principais referências do Palmeiras.

Depois de anos de evolução com a camisa do clube, com direito até a empréstimo para ganhar mais ritmo e quase despedidas no meio do caminho, o meio-campista de 26 anos vive o auge da carreira.

Após um 2021 de alto nível técnico e de importância, com ápice no gol marcado na final da Libertadores, ele se credencia a herói do Verdão em Abu Dhabi.

– Em 2017, minha carreira tinha acabado de começar. Cheguei e joguei poucos jogos, e tive ali a decisão de ir para o Athletico, que foi importante para mim. Voltei em 2019 e não joguei tanto, mas já joguei mais em 2020. Eu fiquei no Palmeiras, o Luxemburgo chegou, depois o Andrey (Lopes, auxiliar) assumiu, chegou o Abel e tive essa sequência que tanto queria. Costumo falar que demorou para as coisas acontecerem rápido (risos).

– Sobre ser o protagonista, não gosto de falar isso, e o Abel também já deixou muito claro em outras entrevistas que o que faz o atleta aparecer é nosso coletivo, que é muito forte. Então sou mais um cara importante nessa peça, no time, para fazer as coisas acontecerem para a gente atingir nossos objetivos – avaliou, em entrevista ao ge.

Raphael Veiga mantém a humildade quando fala da sua importância para o Palmeiras nos últimos anos e na atual temporada. Mas os números provam a excelente fase.

Em 2020, ano da Tríplice Coroa, ele marcou 18 gols em 57 partidas – foi o segundo maior goleador do plantel. O número de bolas na rede foi repetido em 2021, mas em 52 partidas. O meia-atacante foi o artilheiro da temporada passada, com direito ao gol contra o Flamengo em Montevidéu. A sequência de jogos importantes e conquistas também contribuem para o momento do clube.

– Os jogos importantes que a gente jogou ano passado trazem uma certa maturidade para chegar a esses jogos sabendo levar mais essa questão de ansiedade, de nervosismo.

– O que diferencia um grande jogador de um bom jogador é como lidar com essa situação. Quando eu era menor, achava que só era bom o suficiente quando eu não sentisse isso, mas hoje, muito mais maduro, vejo que na verdade é a questão de como eu sei conduzir isso. Ao bater um pênalti, ao carregar uma bola… O tempo inteiro eu tento falar comigo internamente, às vezes no jogo eu falo mesmo, sozinho, porque acredito muito nessa força mental, naquilo que a gente coloca na nossa cabeça, nos nossos pensamentos, naquilo que a gente pensa dentro da gente.

Em Abu Dhabi desde a última quinta-feira, o Palmeiras vive a última etapa de preparação para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa. Nos primeiros jogos do Paulistão, Veiga teve participação importante com duas assistências em quatro confrontos.

Com quatro títulos no currículo com a camisa palmeirense (duas Libertadores, uma Copa do Brasil e um Paulistão), a vontade é de fazer mais história.

– Depois que você começa a ganhar, você se acostuma e quer ganhar e sentir aquele gosto de levantar o troféu e comemorar. E eu estou assim. Todos ali no Palmeiras estão assim também, a gente fala isso, visualiza essa cena, conseguindo passar da semifinal, ganhando a final. Muitas pessoas falam que é uma coisa muito difícil, mas se perguntassem para essas pessoas se elas achavam que o Palmeiras seria duas vezes campeão da Libertadores no mesmo ano, provavelmente elas falariam que não.

O que mudou no Palmeiras de um Mundial para o outro

– O mesmo valor que a gente paga para sonhar baixo, a gente paga para sonhar alto. Então não custa! Não vamos ficar vivendo sonhos irreais, mas todos os sonhos que temos sonhado em relação ao Mundial são possíveis. Isso é o que nos motiva. Sempre quando a gente pensa na grandeza que é o Mundial, a gente lembra daquilo que a gente fez, que também é muito grande. Se a gente for lá e ganhar, vai entrar de uma vez por todas na história do Palmeiras. Já está marcado, mas é como algo que vai ser eternizado – disse o palmeirense.

A estreia do Palmeiras no Mundial de Clubes será no dia 8 de fevereiro, na semifinal. O adversário será o vencedor do confronto entre Al Ahly, do Egito, e Monterrey, do México.

Do outro lado, quem já está garantido na semifinal é o Chelsea, da Inglaterra. É inevitável a expectativa de uma decisão contra os europeus, mas o foco palmeirense se mantém em um passo de cada vez, até pela experiência na última edição do torneio, em que o time terminou na quarta colocação.

– A gente fala do Chelsea, mas o Chelsea precisar passar também. Claro que a chance sempre é muito grandes de eles passarem, mas também tem essa questão. E, por outro lado, a gente tem que entender que a nossa final agora é o primeiro jogo. A gente já conversou muito sobre o Mundial, sobre as coisas que aconteceram no Mundial passado e que a gente não gostaria que se repetissem agora. Então, a gente vai chegar muito mais preparado, muito mais pronto para disputar essa competição. E sim, a gente tem esse desejo de encontrar o Chelsea na final, e aí, se Deus quiser, num dia iluminado a gente conseguir esse título.

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