Adriana Mendes
A secretaria-extraordinária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, durante reunião da pasta Foto: Myke Sena/Ministério da Saúde/30-09-2021
BRASÍLIA — A secretária-extraordinária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirmou nesta terça-feira que a maioria dos participantes de uma consulta pública realizada para a sociedade civil se manifestar sobre a vacinação infantil se posicionou contrariamente à exigência de prescrição médica para imunização de crianças ao coronavírus.
De acordo com Rosana Leite, ao todo, 99,3 mil pessoas e entidades foram ouvidas. Ainda segundo a secretária, a maioria também foi contra a obrigatoriedade da vacinação infantil.
— A maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização de crianças com comorbidade . A maioria foi contrária à obrigatoriedade da prescrição médica — disse Rosana Leite de Melo.
Especialistas em saúde pública ouvidos pelo Globo criticaram o modelo de consulta pública usado pelo ministério. Eles avaliaram que as perguntas induzem respostas que coincidem com os interesses do governo federal.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, no dia 16 de dezembro, a aplicação da vacina da Pfizer para crianças entre 5 e 11 anos. O governo, no entanto, resistiu a iniciar a imunização, alegando que não há urgência.
A secretária explicou que a consulta pública recomendou a vacinação de forma não compulsória, ou seja, sem que seja obrigatória para crianças de 5 a 11 anos com deficiência permanente ou comorbidades, e crianças que vivem em lar com pessoas com alto risco para evolução de casos graves da doença. Para quem não tem comorbidade, seguiria na ordem de vacinação por faixa etária. Primeiro, crianças de 10 e 11 anos, depois de 9 e 8 anos , 7 e 6, e, por último, os pequenos com cinco anos.
Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que as doses de Pfizer que serão aplicadas nessa faixa etária chegarão ao Brasil até a primeira quinzena deste mês. No final do mês passado, Queiroga defendeu a apresentação de pedido médico para vacinar contra a Covid-19 crianças sem comorbidade.
https://oglobo.globo.com/saude/em-consulta-publica-maioria-reprova-exigencia-de-prescricao-medica-para-vacinar-criancas-contra-covid-19-1-25340943?utm_source=globo.com&utm_medium=oglobo