Mariana Rosário
Manifestantes fazem ato anti Bolsonaro, no dia da Consciência Negra Foto: Mariana Rosário
SÃO PAULO — Manifestantes foram às ruas neste sábado pelo dia da Consciência Negra e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em capitais pelo país. Em São Paulo, o ato realizado em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP) foi organizado pelo movimento negro e contou com atividades culturais. Por volta das 13h, as quatro faixas em frente ao museu estavam ocupadas por manifestantes. Em Alagoas, manifestantes de vários municípios de Alagoas subiram a Serra da Barriga, em União Palmares, região onde se localizava o Quilombo dos Palmares, para protestar contra o racismo e contra a política de Bolsonaro. Em Goiânia, o ato teve críticas ao governo federal e protestos contra a inflação dos alimentos e a volta do Brasil ao mapa da fome.
Iniciada às 12h, a manifestação em São Paulo tem uma programação longa: nas primeiras horas se dedicará a atividades culturais, como a reprodução de música de artistas negros em carros de som e o maracatu. A manifestação política deve começar por volta das 15h30. Espera-se que o ato desça a Rua da Consolação em direção ao centro da capital paulista.
Para Simone Nascimento, uma das organizadoras do ato, política e cultura são indissociáveis e, por esse motivo, a manifestação bebe das duas fontes.
— Há 18 anos aqui nessa marcha nós construímos um mote que tem a ver com nossa luta naquele momento. Neste ano é “fora Bolsonaro racista”. A cada dia com este governo federal significa mais morte do nosso povo, de Covid-19, de fome, de desemprego — afirma.
Douglas Belchior, porta-voz da Coalizão Negra por Direitos, afirmou que o ato de hoje difere do de anos anteriores pois, atualmente, "há maior entendimento de que o Brasil não é um país aberto para a diversidade racial".
— Pessoas sofrem racismo diariamente e ter essa percepção é importante. Não há como negar o quanto o Brasil é racista — afirma.
Sobre as pautas anti-Bolsonaro presentes no ato, Belchior afirma que a oposição ao presidente é um dos aspectos que convergem com o que movimento negro defende. Mas que o foco da manifestação de hoje é, em primeiro lugar, o dia da Consciência Negra.
O ato de São Paulo foi organizado pela Coalizão Negra por Direitos e pelo movimento de articulação Convergência Negra.
Na capital de Goías, a manifestação foi organizada por movimentos sociais e também entidades sindicais e estudantis. Eles se concentraram na Praça Universitária, caminharam em passeata pela Rua 10, desceram a Avenida Anhanguera e terminaram o protesto na Praça do Bandeirante.
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