CENTRO-SUL
Umari. Trabalho de campo da Vigilância Sanitária deste município tem confirmado diversos criadouros do mosquito transmissor da doença, Aedes aegpyti, tanto na sede como em regiões interioranas do município. A situação tem alertado as autoridades municipais de Saúde.
No centro da cidade a situação é preocupante. Há, pelo menos, três focos de proliferação do mosquito transmissor a cada dez residências visitadas pelos agentes de endemias. "O índice de proliferação tem crescido no município. Das visitas já realizadas pelos agentes, já foram detectados mais de 40 criadouros do mosquito", informa o coordenador do setor, Jimmy Kendal.
Em nove localidades já visitadas, os agentes conseguiram descobrir focos de proliferação em, pelo menos, quatro regiões. Além do centro da cidade, criadouros foram detectados no bairro Alto Ponte e nas localidades de Pio X e Cruzeta, no interior do município. "Essas localidades compreendem 81,53% dos imóveis já trabalhados", ressalta o coordenador de endemias.
Segundo ele, além do crescente número de criadouros, outro problema enfrentado é a falta de notificações que confirmem a doença. "Estranhamente, mesmo com a existência de tantos criadouros, há, apenas, um caso confirmado e outros cinco casos aguardando resultados de sorologia", salienta Jimmy Kendal.
Para o coordenador a ausência de notificações pode ser explicada devido a falta de comunicação à Secretaria Municipal de Saúde do município pela população. "Muitas vezes o cidadão está acometido com a doença. Porém, por um motivo ou outro, ele deixa de informar aos setores de saúde e isso acaba complicando o nosso trabalho", avalia.
Um dos motivos que levariam a população a não informar sobre possíveis casos de dengue seria a demora na confirmação da doença, após exame sorológico. "Muitas vezes o resultado só chega quando o paciente já está recuperado. Daí, possivelmente, a falta de interesse no repasse das informações", pontua o agente.
Sem recursos
Com a falta de confirmações, o município perde a condição de recebimento de recursos para o combate à doença em volume elevado. Mesmo com tantos focos de transmissão, não há uso de carros fumacê. Nem mesmo bombas costais estão sendo utilizadas. Para combater os locais já infestados, os agentes estão utilizando, apenas, larvicidas. "Sem notificação não há recursos. Sem recursos fica inviável a realização de ações mais abrangentes", lamenta o coordenador.
Conforme Kendal, na tentativa de melhor esclarecer a população a diminuir o número de residências que servem de focos de proliferação, o setor de endemias iniciará, a partir da próxima semana, uma campanha educativa sobre o tema. Entre as ações da campanha, palestras junto à comunidades e visitas às escolas do município, a partir do fim do período de férias.
Roberto Crispim
Colaborador