Raphael Martins
Portugal mostrou ser o rival mais complicado para a Espanha nesta Eurocopa, nesta quarta-feira, na Donbass Arena, em Donetsk. Isso porque a seleção lusa conseguiu marcar a saída de bola espanhola e impedir a troca de passes característica da Fúria. Os campeões mundiais pararam na muralha portuguesa e depois de 120 minutos de bola rolando o placar ficou em 0 a 0. Mas na disputa por pênaltis a sorte esteve ao lado da Espanha, que venceu por 4 a 2 e fará a final da Eurocopa, no domingo, em Kiev, contra Alemanha ou Itália.
Sem conseguir se aproximar muito da área, os espanhóis não conseguiram criar jogada alguma que levasse perigo ao goleiro Rui Patrício. O arqueiro português só foi exigido no segundo tempo no chute de fora da área de Xavi.
A Espanha se ressentiu de um atacante mais poderoso. A tentativa de Del Bosque com Negredo e David Silva não rendeu frutos, pois a forte marcação portuguesa impedia que a bola chegasse à dupla. Daí as entradas de Fàbregas e Navas no segundo tempo. Outra alteração que chamou a atenção foi a saída de Xavi para a entrada do atacante Pedro, um sinal de que o o jogo de toque de bola espanhol não estava funcionando.
Ao contrário foi o jogo de Portugal. Quando conseguia tomar a bola, saía em velocidade para tentar surpreender a defesa espanhola. Nani e Cristiano Ronaldo desciam pelas pontas, dando muito trabalho a Sergio Ramos e Jordi Alba.
É certo que as finalizações portuguesas foram todas para fora, mas foi o time luso que chutou mais a gol e esteve mais perto de tirar o zero no placar durante os 90 minutos. Infelizmente para os portugueses, a pontaria de Cristiano Ronaldo não estava tão calibrada como o camisa 7 desejava, e invariavelmente os arremates saíam por cima do gol de Casillas. O astro do Real Madrid teve a chance de definir o duelo nos minutos finais, quando recebeu cara a cara com Casillas e mandou a bola na arquibancada da Donbass Arena.
O tempo passava e a permanência do 0 a 0 transformava a partida em um calderão de nervosismo. As entradas ríspidas se sucediam e muitos cartões amarelos foram mostrados no segundo tempo pelo árbitro turco Cüneyt Çakir. A prorrogação acabou sendo uma consequência óbvia.
Na prorrogação a Espanha ganhou o domínio do jogo. Jogou em alto ritmo, marcando em cima durante os 90 minutos e esgotou os jogadores portugueses. Agora, Portugal apenas se defendia e os espanhóis sufocavam. Já no primeiro tempo dos 30 minutos extras, a Fúria teve a sua melhor chance na partida. Curiosamente a jogada nasceu de um chute bisonho de Navas, que não saiu. Pedro recolheu a bola, deu dois chapéus sobre João Pereira e passou para Iniesta, quase na pequena área, finalizar. Rui Patrício executou o seu milagre, impedindo o gol certo.
A defesa portuguesa brilhou no segundo tempo da prorrogação. Rui Patrício fez outra grande defesa em chute de Navas. Pepe, Bruno Alves e Fábio Coentrão espanavam todas as bolas. Os espanhóis dominavam, empurravam os lusos, que resistiam bravamente e conseguiram levar a decisão da vaga na final para os pênaltis.
Os espanhóis começaram mal, pois Rui Patrício defendeu o arremate de Xabi Alonso. Porém João Moutinho também foi parado por Casillas e Bruno Alves mandou a bola no travessão, na quarta série. Cristiano Ronaldo sequer teve chance de bater a última cobrança portuguesa, pois Fàbregas converteu a dele. A bola ainda tocou na trave antes de morrer nas redes. Portugal não pode resistir à sorte espanhola.
FICHA TÉCNICA
PORTUGAL (2) 0 X 0 (4) ESPANHA
Local: Donbass Arena, Donetsk (UCR)
Data-Hora: 27/6/2012 - 15h45 (de Brasília)
Árbitro: Cüneyt Çakir (TUR)
Auxiliares: Bahattin Duran (TUR) e Tarik Ongun (TUR)
Cartões amarelos: Fábio Coentrão, Pepe, João Pereira, Bruno Alves e Miguel Veloso (POR); Sergio Ramos, Busquets, Arbeloa e Xabi Alonso (ESP)
Cartões vermelhos: -
Gols: -
Pênaltis: Pepe e Nani converteram, João Moutinho e Bruno Alves perderam (POR); Iniesta, Piqué, Sergio Ramos e Fàbregas converteram, Xabi Alonso perdeu (ESP)
PORTUGAL: Rui Patrício, Fábio Coentrão, Bruno Alves, Pepe e João Pereira; Raul Meireles (Varela 6'/2ºP), Miguel Veloso (Custódio 1'/2ºP) e João Moutinho; Nani, Cristiano Ronaldo e Hugo Almeida (Nelson Oliveira 36'/2ºT) - Técnico: Paulo Bento.
ESPANHA: Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Arbeloa e Jordi Alba; Busquets, Xabi Alonso, Xavi (Pedro 42'/2ºT) e Iniesta; David Silva (Navas 15'/2ºT) e Negredo (Fàbregas 9'/2ºT) - Técnico: Vicente Del Bosque.