Sheik faz discurso emocionado durante treino de reconhecimento do gramado e diz que Timão jogará por todos aqueles que passaram pelo clube
Maurício Oliveira e Rodrigo Vessoni
Publicada em 26/06/2012 às 20:39
Enviados especiais a Buenos Aires (ARG)
A Copa Libertadores é disputada desde 1960. O Corinthians tentou o título nove vezes – a edição deste ano é a décima. Mais de cem jogadores vestiram a camisa e fracassaram. Milhões de torcedores sofreram ao longo dos anos.
Mas...
– Chegou a hora do Corinthians! – disse Emerson Sheik, principal atacante do Timão, durante o reconhecimento do gramado da Bombonera, na noite desta terça-feira, a pouco mais de 24 horas do início da primeira final do clube na competição.
O recado foi claro. Para a torcida e para todos que a disputaram e que defenderam o Corinthians.
– Um amigo me disse hoje que, quando eu entrasse em campo, lembrasse da minha infância que foi difícil. Eu sempre lembro com carinho, mas acontece tantas coisas no dia a dia... Há alguns anos, o Corinthians não tinha um CT. Com a chegada do Ronaldo, junto do Andrés (Sanchez, ex-presidente), fizeram um clube diferente. Se não for neste ano, mas a gente espera que seja, temos certeza de que o clube cresceu e está no caminho certo para a conquista. A gente, e quando falo a gente digo nós, jogadores, espera dar esse presente à torcida, a todos os atletas que passaram pelo clube e não conseguiram o título. Por tudo que o clube é hoje, deve às pessoas que acreditaram e fizeram o clube ainda maior. Eu falo com meus amigos: está na hora, é o nosso momento de ter coragem e personalidade – discursou Emerson.
O Corinthians foi o primeiro clube a treinar na Bombonera em véspera de jogo nesta edição da Libertadores. Sempre que foi mandante, o Boca não permitiu que os adversários treinassem no campo para não estragar o gramado. A "boa ação" tem explicação: os argentinos sabem que o tratamento será igual no jogo de volta, no Pacaembu. Preferiram cumprir o que determina a Conmebol, permitir que os visitantes façam treino de reconhecimento no estádio local da partida, na véspera.
Nesta Libertadores, só uma vez o Timão não conseguiu fazer o reconhecimento. Foi nas oitavas de final, em Guaiaquil, no Equador, antes do jogo contra o Emelec. Os jogadores caminharam pelo gramado e tiveram de se retirar minutos depois. Na partida de volta, o clube equatoriano treinou no Pacaembu.
Torcedores acompanharam e apoiaram os jogadores no hotel, durante a saída para a Bombonera e a volta do estádio. O goleiro Cássio e o atacante Liedson foram os mais festejados. Paulinho, Danilo, Alex e Sheik, destaques da equipe nas últimas partidas, contra Santos e Vasco, passaram rapidamente pelo saguão.