XVI Pecnordeste instala pela 1ª vez feira agropecuária

Fortaleza Pela primeira vez, o Centro de Convenções Edson Queiroz está abrigando uma feira agropecuária, com cerca de 100 animais, entre bovinos e caprinos. A iniciativa acontece dentro da realização do XVI Seminário Nordestino de Pecuária (Pecnordeste), que acontece desde a segunda-feira, devendo se encerrar amanhã. Este ano, a atenção do evento foi voltada para o gado leiteiro e de tecnologias para a convivência com a seca, que se instalou em 2012 no Nordeste.

Nesse âmbito, a Fazenda Teotônio, localizada em Madalena, pertencente à Agropecuária do Grupo Edson Queiroz, também inovou sua participação, com a exibição de animais de elite da raça guzerá e guzolando. De acordo com o superintendente Henrique Jorge Braga, a iniciativa demonstra as qualidades desses animais, que tanto são comprovadamente voltados para a produção leiteira, carcaça e rusticidade (enfrentando as adversidades), como é o caso do guzerá, quanto aqueles voltados especificamente para o segmento leiteiro, que é guzolando, resultado do cruzamento do guzerá com o gado holandês.

Este ano, os números da Pecnordeste repetem em parte os do ano passado, como um evento de dimensões relevantes para os pecuaristas, devendo movimentar cerca de R$ 38 milhões. São esperados um público total de 38 mil visitantes e a presença de cerca de 50 caravanas, envolvendo até 2.500 produtores cearenses, somando-se aos do Nordeste e ainda dos Estados de Rondônia e Minas Gerais.

O coordenador do Seminário, Paulo Hélder Alencar Braga, explica que os números se assemelham aos de 2011, mas demonstram também um crescimento, como é o caso do volume de negócios. Ele explica que as tecnologias introduzidas para o enfrentamento dos efeitos da seca despontam para uma elevação de, pelo menos, 10% nos negócios comparados aos do ano passado, especialmente nos segmentos de silagem e alimentação para o rebanho.

Cerca de 60 bovinos e 40 caprinos compõem a feira agropecuária, também denominada de Pecleite. Em um galpão, a centena de animais ficará exposta ao público, sendo submetida a um julgamento sobre as melhores espécies leiteiras.

Paulo Hélder lembra que nesta edição também houve o cuidado de se agendar seminários e oficinas, que orientam os produtores para a convivência com os efeitos da estiagem, diminuindo os prejuízos e até expandindo o rebanho e os níveis de produtividade. "São técnicas imprescindíveis para a nossa região, considerando que a nossa prática tem sido de três anos ruins seguidos de quadra chuvosa para um regular", salientou.

Prevenção
"De certo modo, atrasamos nossa programação, porque queríamos colocar uma pauta que fosse dentro da realidade vivida pela pecuária regional. Como choveu pouco em janeiro, fevereiro e março, não tínhamos outras alternativas senão discutir a convivência com a seca", ressaltou.

Para o pecuarista Luiz Landim, criador das raças jersey e cimental, as dificuldades foram enormes para os pecuaristas, sobretudo para aqueles que não se preveniram com relação à aquisição de feno e nem fez uma melhor distribuição da alimentação do pasto natural no período de pós-estação.

"Estamos apelando para todos os recursos, como dando a palha de milho da safra perdida na agricultura e disponibilizando um estoque de 30 hectares de capim tanzânia. Quem não tomou medidas necessárias amargou grandes prejuízos", disse Luiz Landim.

Houve, ainda, uma expansão da Feira Pet, com a participação de 15 empresas, inclusive Guabi, com matriz em Campinas, São Paulo, e a primeira a instalar uma indústria de ração para o segmento pet no Ceará, na localidade de São Gonçalo. A feira também proporcionou desfile de animais e disponibilização de bichos para doação.

Na manhã de ontem, também se realizou a primeira reunião do Momento Rosa, um movimento feminino vinculado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que presta uma homenagem à senadora Katia Abreu, de Tocantins, objetivando desenvolver o empreendedorismo nas mulheres na zona rural.

Inovações
A Pecnordeste também abriga o Balcão de Inovações Tecnológicas. A Rede de Incubadoras de Empresas do Ceará (RIC) é uma das entidades que participam do espaço, uma iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

De acordo com a vice-presidente da RIC, Tecia Vieira, o objetivo é apresentar novas tecnologias disponíveis, divulgar as ações da RIC, das incubadoras de Empresas, agências de fomento e instituições de pesquisas em prol do desenvolvimento tecnológico e da inovação.

Com isso, o público vai poder conhecer todo o processo de incubação de empresas e as condições e benefícios oferecidos pelas incubadoras de empresas afiliadas a Rede de Incubadoras de Empresas do Ceará (RIC) como o Espaço de Desenvolvimento de Empresas de Tecnologia (Edetec) da Universidade de Fortaleza (Unifor), dentre outras.

Mais informações:
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec)
Rua Edite Braga, Nº 50
Bairro Jardim América
Telefone: 3535.8000

MARCUS PEIXOTO