Moradores de Granjeiro, no Ceará, reclamam de má qualidade da água

Cagece informou que água não apresenta risco à saúde.

Os moradores do município de Granjeiro, no Sul do Ceará, estão reclamando da má qualidade da água que chega até as casas. "Água é suja e fede a peixe. É amarela. Com um pó, sei lá como é. Uma coisa horrível mesmo", disse a agricultora Ana Lúcia Barbosa. Segundo os moradores, a água, que passa pelo tratamento da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) vem do açude Junco e é distribuída para várias localidades do município.

Em nota, a Cagece informou que a água não apresenta risco à saúde. Com relação às alterações no cheiro e na cor, as causas ainda estão sendo pesquisadas. A Cagece informou que na semana que vem vai realizar a substituição de um filtro, o que deve amenizar o problema. A Companhia disse que também adquiriu um decantador para a estação de tratamento e que o equipamento deve funcionar a partir de 25 de julho.

No sítio Picadas, zona rural de Granjeiro, existem duas caixas de água. Mas, de acordo com as pessoas que vivem no local estão desativadas há cerca de três anos. Mesmo sem estarem em funcionamento, todos os moradores têm água nas torneiras. É exatamente a qualidade do que chega nas residências o motivo de reclamações.

A alternativa foi encontrada na propriedade da professora Cícera Marcelino, onde um poço foi perfurado. Para a moradora, partilhar o bem é motivo de alegria. “O que eu posso ajudar na minha comunidade é a água porque a gente encontrou esse cantinho que deu água doce. Nos outros cantos, a água não é doce. E a água deu certo, graças a Deus. É com muito amor e carinho que eu dou até ter água para todo mundo", afirmou a professora.

A aposentada Raimunda Barbosa vai até a casa da vizinha para pegar água. E segue com a lata na cabeça. Mesmo com todo o sacrifício, a aposentada prefere enfrentar a situação do que consumir o que está disponível. “É o jeito. Se a água melhorar, é bom. Como estava vindo para a gente era melhor. Mas se não melhorar a água, o que nós podemos fazer? Beber daqui, né? Enquanto a dona aceitar que a gente venha buscar água daqui, nós temos de tomar daqui", disse.

Depois de oito anos sem percorrer longas caminhadas para consgeuir água, o agricultor Pedro Silva, que paga as contas de água em dia, lamenta ter de retomar uma atividade do passado. “Às vezes, é R$ 24, 25, até R$ 36 a gente já pagou a água. Mas aí depois que a água chegou ruim desse jeito, nós temos de parar", reclamou.

A agente de saúde Socorro Barbosa, que atende a 43 famílias da comunidade, recebeu orientações da Secretaria de Saúde do Município para entregar o hipoclorito de sódio. É uma forma de impedir que aqueles que consomem a água de poços contraiam algumas doenças. "Pode adquirir verminoses, hepatite, cólera e outros mais tipos de doença", explicou.