Prefeitura diz que agentes da Ordem Pública vão retirar acampamento.
Rodrigo ViannaDo G1 RJ
Apesar da prefeitura do Rio de Janeiro proibir o acampamento em áreas públicas próximas ao Aterro do Flamengo, na Zona Sul, onde ocorre a Cúpula dos Povos, cerca de 150 pessoas montaram as suas barracas, neste sábado (16), na Praça Marechal Deodoro, no Centro. O grupo está acampado em protesto contra a Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável.
Os manifestantes fazem parte do movimento “Ocupa dos Povos”, e chegaram ao local na quinta-feira (14), um dia antes da abertura da Cúpula dos Povos. Com cartazes e cerca de 20 barracas, o grupo reproduz a proposta do “Occupy Wall Street”, que tomou as ruas de Nova York em 2011. No ano passado, eles chegaram a passar 45 dias acampados na Cinelândia, também no Centro.
Crítica ao discurso oficial
O grupo é formado por pessoas de várias partes do Brasil e do mundo. Segundo o historiador Fernando Monteiro, de 30 anos, um dos representantes do movimento, um dos objetivos é criticar o discurso oficial de sustentabilidade e incluir outras pautas na agenda da conferência, como a questão política e a ordem pública. Eles pretendem manter o acampamento até o dia 22, quando terminam a Cúpula dos Povos e a Rio+20.
“A gente critica essa falta da economia verde, a forma como esse assunto está sendo discutido aqui. Somos contra esse espírito capitalista e essa imagem de que os governos vão resolver alguma coisa quando a gente sabe que de fato isso não vai acontecer. Eu não posso falar por todos, mas defendemos uma política mais democrática e mais seriedade ao assunto”, disse ele.
Desde quinta-feira, agentes da Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop) vão ao local na tentativa de convencer o grupo a desmontar o acampamento. Na manhã de sexta (15), eles chegaram a deixar o local, mas retornaram mais tarde onde ainda permaneciam por volta das 12h deste sábado (16). Um carro da Seop estava estacionado na praça, mas não havia agentes do lado de fora.
A prefeitura do Rio informou que enviou uma equipe da Seop para retirar os manifestantes do local. A prefeitura ressalta, no entanto, que o protesto em si não é proibido, mas sim o acampamento em praça pública.