Dólar sobe com foco nos EUA e incertezas políticas no Brasil; bolsa recua

Taiwan recuou 0,04%, a 27.525 pontos e Cingapura caiu 0,10%, a 4.575 pontos.

Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels

Por Redação g1 — São Paulo - 17/12/2025 

Na véspera, o principal índice da bolsa fechou em queda de 2,40%, aos 158.578 pontos. A moeda americana subiu 0,73%, cotada a R$ 5,4624.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O dólar opera em alta nesta quarta-feira (17), subindo 0,64% por volta das 11h55, aos R$ 5,4976. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 1,31%, aos 156.495 pontos.

Os mercados iniciam o dia sob a influência de fatores externos e internos, em uma agenda econômica com poucos indicadores relevantes. Tensões no cenário internacional, declarações de autoridades dos Estados Unidos e movimentos da política brasileira contribuem para definir o clima entre os investidores. 

▶️No cenário internacional, Donald Trump deve se pronunciar à noite em sua rede social. A fala ganha peso diante do aumento das tensões envolvendo a Venezuela. Na véspera, ele afirmou que o país estaria “completamente cercado” e determinou um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem de lá.

▶️ O presidente americano também acusou o governo venezuelano de se apropriar de petróleo e terras norte-americanas. Com isso, os preços da commodity sobem no mercado internacional: por volta das 10h30, o barril do Brent para fevereiro avançava 1,75%, cotado a US$ 59,95, após ter registrado na véspera o menor nível desde fevereiro de 2021.

▶️ Com a agenda local esvaziada para os investidores, eles concentram o foco nos pronuncia-mentos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao longo do dia. Christopher Waller fala pela manhã, seguido por John Williams e Raphael Bostic, em busca de sinais sobre os rumos da economia americana.

▶️ No Brasil, a nova pesquisa eleitoral da Genial/Quaest passou a influenciar os mercados, à me-dida que a corrida presidencial de 2026 entra no radar dos investidores. Divulgado na tarde de ontem, o levantamento mostrou o presidente Lula na liderança, seguido por Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.

• 🔎 Agentes do mercado acreditam que a manutenção do governo atual tornaria mais difícil realizar ajustes robustos nas contas públicas, o que impacta negativamente o Ibovespa e o câmbio.

▶️ Em meio à repercussão política, o Ibovespa recuou 2,4% na terça-feira, encerrando uma se-quência de quatro altas seguidas. O índice chegou a cair para 158.577 pontos após tocar a máxi-ma do dia acima dos 162 mil.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:

💲Dólar

• Acumulado da semana: +0,96%;

• Acumulado do mês: +2,39%;

• Acumulado do ano: -11,61%.

📈Ibovespa

• Acumulado da semana: -1,36%;

• Acumulado do mês: -0,31%;

• Acumulado do ano: +31,84%.

Pesquisa Quaest

Segundo analistas, a queda da Bolsa brasileira nesta terça-feira acontece por causa de uma combinação de fatores políticos e econômicos, que deixou os investidores mais preocupados e menos dispostos a comprar ações.

No campo político, os investidores reagiram mal à divulgação da pesquisa Quaest, que mostrou o atual governo mais fortalecido, com chances de reeleição, e uma oposição mais dividida.

Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o resultado fez boa parte do mercado preferir a venda de ações, passaram a pedir juros mais altos para comprar títulos do governo e buscaram proteção no dólar.

Bolsas globais

As bolsas em Wall Street operam com pouca variação nesta quarta-feira, em um dia de cautela nos mercados, enquanto os preços do petróleo se recuperam de parte da forte queda acumulada ao longo do ano.

Nos primeiros negócios, o S&P 500 avançava 0,1%, após três sessões consecutivas de baixa, ainda próximo de sua máxima histórica. O Dow Jones subia 0,3%, com ganho de 162 pontos por volta das 10h35, enquanto a Nasdaq oscilava perto da estabilidade.

As ações de empresas do setor de petróleo lideravam os ganhos, impulsionadas pela decisão do presidente americano Donald Trump de impor um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela.

👉 A medida aumenta a pressão sobre o país sul-americano, que pode concentrar as maiores reservas de petróleo do mundo, e contribuiu para a alta da commodity no mercado internacional.

• O barril do petróleo WTI, referência nos EUA, subia 1,4%, para US$ 55,92, um dia após tocar o menor nível desde 2021.

• Já o Brent, usado como referência global, avançava na mesma proporção, a US$ 59,76 por barril.

As bolsas asiáticas encerraram a quarta-feira em alta, interrompendo dois dias de queda. O movimento foi impulsionado por ganhos expressivos em ações ligadas à inteligência artificial, enquanto investidores tentam entender os próximos passos da política monetária do Federal Re-serve.

No fechamento, o índice de Xangai avançou 1,19%, a 3.870 pontos, e o CSI300 subiu 1,83%, a 4.579 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,92%, a 25.468 pontos. Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 0,26%, a 49.512 pontos, enquanto Seul registrou valorização de 1,43%, a 4.056 pon-tos.

Taiwan recuou 0,04%, a 27.525 pontos e Cingapura caiu 0,10%, a 4.575 pontos.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/12/17/dolar-ibovespa.ghtml