Chuvas intensas deixam casas debaixo d'água e mais de 100 ficam desalojados em SC

O mau tempo também atingiu o Rio Grande do Sul e o Paraná.

Casa ficou embaixo d'água com chuvas intensas em Luiz Alves — Foto: Ivanir Muller e Evanildo Pauli/Arquivo pessoal

Mais de 360 residências registraram danos. Chuvas causaram estragos em 32 municípios desde sábado (22).

Por Joana Caldas, g1 SC - 24/11/2025 

Chuvas intensas causam alagamentos em Luiz Alves, no Vale do Itajaí, SC

As chuvas intensas que atingem Santa Catarina desde sábado (22) provocaram alagamentos e danos em pelo menos 32 municípios. Até a última atualização desta segunda-feira (24), a Defe-sa Civil contabilizava 364 casas afetadas e 148 pessoas que deixaram as próprias casas (veja a lista de cidades abaixo).

O canal de acesso ao Porto de Itajaí chegou a ser fechado às 8h30 desta segunda pela Marinha devido aos ventos intensos. Ele foi reaberto às 16h20, após avaliação da corporação. 

O mau tempo também atingiu o Rio Grande do Sul e o Paraná. Em Guarapuava, pedras de granizo do tamanho de ovos de galinha causaram estragos, e em Erechim, mais de 150 pessoas ficaram feridas.

Emergência e interdições

Luiz Alves, no Vale do Itajaí, foi uma das cidades mais afetadas, com vários pontos de alagamento.

A prefeitura suspendeu as aulas da tarde e da noite. O posto de saúde do bairro Canoas também não funcionou durante a tarde. Um abrigo foi aberto para atender moradores, caso seja necessá-rio.

Ibirama, Petrolândia e Lontras, no Vale do Itajaí, e Massaranduba, no Norte, decretaram situação de emergência. Já Seara, Rio das Antas, Cunha Porã e Fraiburgo, no Oeste; Vitor Meireles, no Vale do Itajaí; Balneário Barra do Sul, no Norte, estudam adotar a mesma medida.

Em Joinville, no Norte, houve pontos de alagamento na manhã desta segunda-feira. Por volta das 7h, ao menos quatro bairros registravam interdições e problemas causados pela água nas vias. Até o início da tarde, a cidade tinha oito pessoas desabrigadas.

Veja abaixo as cidades que tiveram danos em casas e moradores que precisaram sair. Os desabrigados foram levados para abrigos públicos, enquanto os desalojados estão em casas de parentes ou amigos.

São 133 desalojados e 15 desabrigados, de acordo com a Defesa Civil.

Estragos com as chuvas em SC

Município Região de SC Desabriga-dos Desaloja-dos Casas afeta-das

Joinville Norte 8 100 200

Ibirama Vale do Itajaí 0 12 51

Apiúna Vale do Itajaí 0 1 16

Fraiburgo Oeste 0 0 3

Lontras Vale do Itajaí 0 0 60

Luiz Alves Vale do Itajaí 7 0 0

Massaranduba Norte 0 20 0

Rio das Antas Oeste 0 0 5

Rio do Sul Vale do Itajaí 0 0 7

São Bento do Sul Norte 0 0 1

São Pedro de Alcân-tara Grande Florianópo-lis 0 0 6

União do Oeste Oeste 0 0 12

Vitor Meireles Vale do Itajaí 0 0 3

Fonte: Defesa Civil

De acordo com os dados da Defesa Civil, as cidades que tiveram estragos em Santa Catarina foram atingidas ou por granizo, ou por chuvas intensas. Confira abaixo nas listas.

Granizo

1. Agrolândia - Vale do Itajaí

2. Apiúna - Vale do Itajaí

3. Barra Bonita - Oeste

4. Chapecó - Oeste

5. Coronel Martins - Oeste

6. Cunha Porã - Oeste

7. Florianópolis - Grande Florianópolis

8. Fraiburgo - Oeste

9. Ibirama - Vale do Itajaí

10. Jardinópolis - Oeste

11. Lindoia do Sul - Oeste

12. Lontras - Vale do Itajaí

13. Major Gercino - Grande Florianópolis

14. Passos Maia - Oeste

15. Petrolândia - Vale do Itajaí

16. Ponte Serrada - Oeste

17. Rio das Antas - Oeste

18. Rio do Sul - Vale do Itajaí

19. Seara - Oeste

20. São Bento do Sul - Norte

21. São Domingos - Oeste

22. São Pedro de Alcântara - Grande Florianópolis

23. Timbó Grande - Oeste

24. União do Oeste - Oeste

25. Videira - Oeste

26. Vitor Meireles - Vale do Itajaí

Chuvas intensas

1. Balneário Barra do Sul - Norte

2. Ilhota - Vale do Itajaí

3. Luiz Alves - Vale do Itajaí

4. Massaranduba - Norte

5. São Francisco do Sul - Norte

6. São João do Itaperiú - Norte

Maiores acumulados de chuva

Luiz Alves foi a cidade catarinense com maior acúmulo de chuva em 24 horas, das 16h30 de domingo às 16h30 desta segunda. Foram 181,6 milímetros, conforme a Defesa Civil.

Para se ter uma ideia, a média histórica de chuva esperada para todo o mês de novembro na região é de 130 milímetros, de acordo com a Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições meteorológicas do estado.

Ainda há risco de chuva persistente e volumosa e temporais isolados até a noite desta segunda, de acordo com a Defesa Civil.

A maior chance de estragos é na região Norte do estado. Um ciclone extratropical já está em desenvolvimento entre o litoral do Paraná e Sudeste do Brasil.

A tendência é de permanência da chuva intensa no Litoral Norte e Vale do Itajaí até a metade da tarde, quando a chuva começa a perder força gradativamente. Em relação aos estragos, o risco é para alagamentos e enxurradas, além de deslizamentos.

Nas demais regiões do estado, a chuva ocorre na forma de pancadas isoladas acompanhada por temporais, principalmente à tarde. O risco é para destelhamentos, danos na rede elétrica, queda de galhos e árvores e alagamentos.

Em caso de emergência, ligue para 193, para os bombeiros, ou 199, para a própria Defesa Civil. O órgão recomenda:

• jamais atravesse ruas alagadas ou pontes e pontilhões submersos;

• não dirija em locais alagados;

• em alagamentos, evite contato com a água;

• durante os ventos mais fortes, busque um local abrigado;

• o local abrigado deve ser longe de janelas, árvores, placas, postes de energia e objetos que possam ser arremessados.

Sul afetado

Além de Santa Catarina, o Rio Grande do Sul e o Paraná também são afetados pelo mau tem-po. Pedras de granizo do tamanho de ovos de galinha atingiram Guarapuava, na região central do Paraná, durante um temporal registrado na tarde de domingo (23). A chuva causou estragos em diversas casas e mobilizou equipes da Defesa Civil.

O temporal com granizo que atingiu Erechim, na Região Norte do RS, no domingo, deixou mais de 150 pessoas feridas e afetou mais de 25 mil moradores. A cidade decretou situação de emergência.

Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a tempestade foi influenciada por uma frente fria no oceano, que favoreceu a formação de um fenômeno chamado “cavado meteorológico”, uma área de baixa pressão que contribui para a formação de nuvens de tempestade.

A frente fria não avançou sobre o Paraná, mas influenciou as condições do tempo na região.

https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/11/24/chuvas-casas-debaixo-dagua-100-moradores-desalojados-sc-video.ghtml