Angélica entrega segredo para casamento de 21 anos com Luciano Huck — Foto: Reprodução/Instagram
Por João Maturana, em colaboração para Marie Claire — Rio de Janeiro (RJ) - 16/11/2025
Em entrevista para Marie Claire, apresentadora explica responsabilidade de trazer temas tabus para o debate no seu novo programa de TV e reflete como seus herdeiros lidam com a exposição
Angélica tinha 12 anos de idade quando começou sua carreira na televisão. De lá para cá, muita coisa mudou. No trabalho, foi da música às entrevistas. No amor, cultivou mais de 21 anos de casamento com Luciano Huck, com quem teve três filhos: Joaquim, Benício e Eva. Agora, ela retorna às telas do GNT com Angélica Ao Vivo, onde debates sobre temas espinhosos, se prontifica a falar sobre o que acredita e assume a responsabilidade de lutar pelos direitos das mulheres.
“Trazemos pautas de comportamento importantes para que as pessoas debatam, discordem, pensem. Sei da minha credibilidade e da minha voz para com o público que cresceu comigo”, reforça, ao analisar o pedido que fez ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para indicar uma ministra mulher ao Supremo Tribunal Federal e a crítica que fez ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL), que suspende a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) de 2024 a respeito do acesso ao aborto legal para meninas vítimas de estupro.
Na conversa com Marie Claire, ela também se abre sobre como lida com críticas e comentários sobre sua aparência. "Hoje, podemos rebater [os comentários], porque a internet existe e temos esse canal. Quando comecei na televisão, eu surgi antes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), então não tinha regra nenhuma. Hoje tem mais cuidado, de tanto a gente lutar por isso."
“Me acostumei muito com essa cobrança pelo fato de ter começado na televisão desde muito cedo. E se eu tivesse feito [harmonização facial], qual seria o problema? Vivo da minha imagem. Se tiver que fazer, vou fazer. Mas isso não tem que virar uma pauta de crítica ou de comparações.”
Ela ainda compartilha um raro relato a respeito do abuso sexual que sofreu aos 15 anos de idade, do qual só foi se dar conta da gravidade ao fazer uma entrevista com Luciana Temer, dois anos atrás. “Hoje, com tanta informação na internet, muito menos meninas vão viver o que eu vivi, vão se colocar muito mais. É isso que a gente quer. Não queremos falar disso porque é uma ‘delícia’ falar sobre esse assunto. Claro que não, é gatilho para todos os lados, mas como alguém que quer um futuro melhor, a gente tem que falar.”
Ao fim, também analisa como os filhos lidam com a exposição trazida por terem pais tão famosos no meio, principalmente após a polêmica envolvendo o término de Benício Huck e a influenciadora Duda Guerra.
“Na época em que esse episódio aconteceu, a própria escola entrou em contato. Meus filhos ficam muito mais tranquilos do que as pessoas ou do que a gente. Não sucumbiu em momento algum às cobranças ou aos olhares na escola, já que [a notícia do término] tinha saído em todos os sites. Ele não ligou. A escola ligou mais que ele. Me telefonaram, perguntando: ‘O que você quer que a gente faça?’. Respondi: ‘Ele que sabe dizer isso’.”
Leia na íntegra
MARIE CLAIRE Você retornou à TV com um programa ao vivo, está vendo seus filhos crescerem cada vez mais (com dois deles já na maioridade) e cultiva um casamento de mais de duas décadas com seu marido, Luciano Huck. Como avalia essa nova fase de sua vida?
ANGÉLICA A melhor fase da vida é aquela que estamos vivendo naquele momento. O passado não existe mais, não sabemos o que vai dar no futuro, então [o que temos] é agora. Mas o diferencial desse momento é a maturidade que a idade e o tempo de trabalho trazem, junto com meus filhos maiores e o relacionamento mais maduro também. Está tudo seguro e eu estou muito mais segura e mais livre, ao mesmo tempo, para fazer as coisas que acredito e falar o que penso. Estou em uma fase plena, cheguei em um momento da vida em que posso escolher trabalhos e viver de forma mais feliz. Minha vida sempre foi muito corrida e sem tempo para coisas que acreditava. Agora, tenho mais tempo.
MC A respeito do seu relacionamento com Huck, vocês estão juntos há mais de duas décadas e ambos atuam como apresentadores. Como funciona a troca entre vocês? E o que mudou na relação ao longo desse tempo?
A A minha relação faz parte da minha vida também, e vejo ela muito mais forte e segura. O tempo traz isso, uma intimidade maior. Quando convivemos muito com uma outra pessoa, começamos a frase de um e o outro termina, ficamos muito parecidos. A gente tem uma cumplicidade e uma conexão muito boa. Agora, está ainda melhor, graças ao tempo que já vivemos e, também, aos filhos grandes. Vivemos uma boa parte da vida criando essas crianças e, hoje, elas continuam dando trabalho, mas já dão uma folga um pouco maior para os pais. Podemos ficar mais tempo juntos, namorar, sair, viajar… a maternidade e a paternidade sempre foram coisas muito sérias para nós. Nunca viajamos sem eles, fazíamos tudo juntos. Queríamos viver intensamente a infância, porque ela acaba e depois eles viram adultos e serão adultos a vida inteira. Sabíamos disso e queríamos viver cada momento, e foi maravilhoso. Realmente, acompanhamos a infância deles de perto, e a nossa relação continua assim, mas agora com o tempo deles também. Eu e Huck fizemos 21 anos de casados agora, atingimos a maioridade [risos]. A felicidade só aumenta. É um barato e é muito legal ter alguém para dividir as coisas. Digo que não somos um casal margarina. Não é tudo perfeito, não existe isso. Claro que tiveram altos e baixos nesses 21 anos, e um aprendizado gigantesco. Mas a gente sempre se escolheu. Nunca quisemos não estarmos juntos, mesmo com questões, dificuldades e discordâncias. Chegávamos em um lugar comum e a prioridade era estarmos juntos. Então, não desistimos. Ficamos juntos e é muito legal ter admiração, amor e companheirismo um pelo o outro. É gostoso estar com alguém com quem você pode estar sozinha também. A pessoa está ali com você e você se sente acompanhada, mas se você quiser um momento sozinha, essa pessoa também não atrapalha. Pelo contrário, soma. Ela é livre ao seu lado. É louco chegar nesse lugar, em que você se sente inteiro com a pessoa ali.
MC Recentemente, você usou o seu programa para pressionar o presidente Lula pela indicação de uma mulher ao STF e também criticou o projeto que dificulta o acesso ao aborto legal para meninas vítimas de estupro. De onde veio a decisão de usar sua visibilidade com o programa para trazer à tona pautas tão importantes como essas? E qual é a importância de fazer isso?
A Como uma pessoa que cresceu na televisão e tenho um público que me ouve, tenho que usar a minha voz em prol daquilo que acredito. Nesse tempo em que fiquei fora do ar, pensei na minha vida e me conectei comigo mesma. Uma das coisas que veio para mim era que, de alguma forma, queria devolver aquilo que recebi das pessoas com o meu trabalho. Trazemos pautas de comportamento importantes para que as pessoas debatam, discordem, pensem. Sei da minha credibilidade e da minha voz para com o público que cresceu comigo. Então, se eu puder, de alguma forma, ajudar naquilo que acho que é importante, tendo esse espaço que muita gente assiste, eu preciso usá-lo. Esse é um dos meus propósitos. Por medo, por receio do cancelamento, vamos virando reféns e nos transformamos em um monte de robozinhos. A ideia não é essa. Quero um mundo melhor para a minha filha. Quero deixar um legado para ela de que a mãe dela não se calou, que ela lutou, falou o que acreditava e mexeu com a vida de uma ou de várias pessoas com quem falou.
MC Como você avalia a realidade das mulheres no Brasil hoje? E como se sente criando sua filha, Eva, nesse contexto?
A O mundo está muito louco hoje, não só para as mulheres. Temos muitas questões para tratar: a questão climática, a internet, a inteligência artificial… é tanta coisa. Mas acho que temos que tratar todas elas. A gente quer viver e quero que minha filha e os meus filhos tenham um mundo saudável. Penso que temos que cuidar do mundo interior deles, porque não conseguimos coordenar o pensamento do outro e o que ele faz. Mas a gente pode cuidar da nossa cabeça. Me preocupo muito com a saúde mental dos meus filhos, para que tenham discernimento, lucidez e clareza, no futuro, para escolherem o lado bom da força, sempre. Que eles estejam conectados com eles mesmos, com a verdade e com coisas boas, para que saibam fazer o correto na hora que precisarem decidir alguma coisa. Converso muito com eles, trocamos muito e temos uma relação muito franca para todos os assuntos. Eles têm um porto seguro aqui, na família. Mas estamos os criando para o mundo. Que consigam ser capazes de viver nesse mundo que está tão diferente.
MC Como se define politicamente? E quando veio seu despertar a respeito de questões que envolvem os direitos das mulheres?
A A palavra política virou uma coisa ruim, mas é o contrário. Tudo é política. A gente faz política para resolver problemas. Ela virou sinônimo de corrupção e muitas coisas ruins, mas podemos usá-la para discutir pautas importantes. Comecei a perceber isso quando minha filha começou a crescer e fiz o programa Cartas para Eva, onde falava sobre assuntos com a minha filha. Aquilo mexeu muito comigo. Eu já estava em uma trilha de autoconhecimento, de autocuidado, de ler muito, de procurar um caminho que fosse para dentro, onde eu me encontrasse. Comecei a perceber a quantidade de mulheres que eram silenciadas. Via as poucas que existiam na política e ninguém ouvia. Entendi o quanto é importante termos essa igualdade. Comecei a prestar mais atenção nisso e no quanto a política tem que ser valorizada, diferente de como tem sido. Posso falar algo no meu programa ou dar uma entrevista sobre um assunto que pode mudar alguma coisa para uma pessoa que está vendo/lendo. Mas a política consegue fazer isso de forma macro, mexe com a vida de muitas. Não pode ser deturpada como é hoje. Temos que transformar isso. Minha conexão com a política veio dessa vontade de querer fazer para muitos o que faço, às vezes, para poucos.
MC Recentemente, você foi às redes sociais rebater os comentários sobre sua aparência. Tendo crescido em meio aos holofotes, como acha que o tratamento do público com as mulheres mudou desde o seu início no mundo da mídia até agora?
A Acho que o mundo melhorou. Hoje, podemos rebater [os comentários], porque a internet existe e temos esse canal. Você tem um contato mais próximo com o público. Quando comecei na televisão, eu surgi antes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), então não tinha regra nenhuma. Não tinham respeito com horário de escola e me perguntavam “coisas de adulto”. Vivi uma época muito pior do que hoje para as mulheres e para as crianças. Claro, tem muito o que melhorar, mas quando eu fiz televisão, era muito diferente. Hoje, tem mais regras, tem mais cuidado. Mas é de tanto a gente lutar por isso. Por isso que acho que ainda existe muita luta, temos que persistir.
MC Como você também mudou em relação a essa exposição e aos comentários e críticas?
A Antigamente, também existia essa cobrança pela estética, mas você não tinha direito de resposta. Se eu fosse responder para alguém que comentou em uma coluna de jornal, ia sair uma semana depois e aquela história já teria virado verdade. Então, você tinha um tempo pior para as fake news – que sempre existiram. Mas me acostumei muito com essa cobrança pelo fato de ter começado na televisão desde muito cedo. E se eu tivesse feito [harmonização facial, por exemplo], qual seria o problema? Vivo da minha imagem. Se tiver que fazer, vou fazer. Mas isso não tem que virar uma pauta de crítica ou de comparações. Aí tem dois lados: o lado onde você tem rosto e pode se manifestar, e o lado que não tem rosto, então cada um fala o que quer. Cada um coloca o seu monstro e suas frustrações ali. Temos que ter uma cabeça boa e bem trabalhada para lidar com a máquina.
MC Como é sua relação com a autoestima hoje? E como ela se transformou com o tempo?
A Sempre fui muito preocupada e cuidadosa com a minha aparência, porque apareço na televisão desde os 12 anos de idade. Sempre tive esse cuidado e, em paralelo, tenho um pai atleta e uma mãe muito vaidosa, então tenho essa vaidade, essa busca por estar bem e saudável, desde muito nova. Junto com isso veio toda a cobrança na mídia. Sempre estive conectada a essas pautas de beleza e ía ao dermatologista desde adolescente. Não podia ter acne, porque eu estava na televisão. Mesmo sendo uma questão hormonal normal, por eu estar com 14/15 anos, não queria aparecer na TV com uma espinha. O que fez com que eu não pirasse foi ter tido uma família muito pé no chão. Nos finais de semana, todo mundo ia para a cozinha fazer a comida e lavar a louça, mesmo eu estando na televisão. Todos ajudavam em casa. Por trabalhar na TV, entendi que maquiagem tinha a ver com trabalho, então quando não estava trabalhando, saía descabelada. Tinha essas compensações que não vejo mais nas meninas de hoje, que estão sempre se arrumando e se maquiando. Isso é assustador. Como todo mundo tem a cara vista na tela, as meninas querem ficar bem o tempo todo. Isso é muito mais difícil do que na minha época. Hoje, todo mundo está sendo julgado, tem uma competição, é muito mais difícil de lidar. Comigo foi mais fácil, sempre fui muito moleca e sempre tive uma vida simples, apesar do sucesso.
MC Em uma entrevista de 2023, você detalhou uma violência sexual que sofreu aos 15 anos ao gravar durante um ensaio para divulgar sua música “Vou de Táxi” em Paris. Mas só tomou conhecimento de que se tratava de um abuso anos depois. Como esse episódio impactou na sua forma de enxergar o mundo? E acredita que hoje há mais segurança no meio artístico?
A Tem mais segurança, porque falamos sobre o assunto, estamos atentos e divulgamos mais. Por isso acho tão complicado essas leis que vêm para silenciar mulheres e cegar as pessoas. Descobri que o que eu tinha vivido era um abuso sexual ao entrevistar a Luciana Temer para [o portal] Mina. Não tinha ligado uma coisa à outra, porque acho que quando a gente sofre uma coisa dessas, temos um apagão. É um trauma que sua mente se protege te fazendo esquecer. Entendi que abuso sexual não é só quando você é estuprada. As pessoas acham que só é abuso quando tem prática sexual. Hoje, com tanta informação na internet, muito menos meninas vão viver o que eu vivi, vão se colocar muito mais. É isso que a gente quer. Não queremos falar disso porque é uma “delícia” falar sobre esse assunto. Claro que não, é gatilho para todos os lados, muito difícil falar sobre. Mas, como cidadã, como pessoa, como alguém que quer um futuro melhor, precisamos falar. Temos que quebrar certos tabus e passar por cima de certas situações incômodas, porque quando a gente fala, as pessoas começam a pensar. Não são assuntos bons de ouvir ou de falar, mas temos que falar, porque senão, ficamos só jogando jogos. Não é isso que eu quero e não é isso que acredito como pessoa pública. É libertador você poder falar e ouvir pessoas que se identificam e sentem que não estão sozinhas, porque as mulheres ficam muito sozinhas nas suas questões
MC Nos últimos anos, famosas tem falado bastante sobre o etarismo. Aos 52, liderando um programa na TV, acredita estar indo contra as estatísticas? E qual é a sua relação com o tempo?
A Minha relação com o tempo é alegria e felicidade. O tempo é o que a gente tem, quero que seja muito bem aproveitado. Quero que seja feliz, porque a outra opção eu não quero, que é não estar vivendo. Tenho pais mais velhos, hoje, e vejo o lado ruim de lidar com a questão do tempo, sem poder fazer algumas coisas. Quero aproveitar muito o meu tempo e deixar minha vida em movimento sempre. Quero poder fazer o que eu acredito. Não sei [se estou indo contra a maré do etarismo], Tenho 52 e um programa com o meu nome, mas é uma exceção. Tive que batalhar para ter esse programa. Tenho a minha imagem e a minha história e por isso consegui realizar esse projeto. As pessoas acreditaram, me ouviram e eu tive voz para isso. Mas não é para todo mundo. Gosto de trabalhar com jovens, eles trazem uma energia que precisamos. Mas é muito errado e burro você não valorizar e ouvir a maturidade e a experiência. A energia do jovem me recarrega, mas se tiver que escolher entre experiência e juventude, escolheria ouvir a experiência. O etarismo ainda é grande. Eu produzo, crio, idealizo, organizo a produção e o projeto acontece. Mas não foi algo que fiquei esperando ouvir algo como: “Vem cá fazer!”. Acho que os convites não vêm. O que eu posso falar é que é muito bom você criar a coisa e vê-la nascer ali, do zero, da sua criatividade. Quando você vê no ar, é uma delícia, muito mais gostosa. O processo é sempre melhor. O jovem tem uma urgência da felicidade a qualquer preço, de ter que ser alguma coisa para ser feliz. O mundo empurra você para ser produtivo para ser feliz, mas isso é uma mentira, porque as coisas simples, que são de verdade, que duram, acontecem no agora.
MC Você falou, em entrevista recente, sobre uma polêmica amorosa que envolveu um de seus filhos este ano. Como isso afetou você e sua família? E como é para você ver o im-pacto da exposição neles?
A Sempre protegemos muito nossos filhos quando crianças, porque queríamos defendê-los. Não sabíamos se eles iam querer ou não [ser famosos]. É uma questão muito individual de cada um. A minha filha quer fazer televisão, teatro… meus filhos não querem nada disso. Cada um vai crescendo e criando a sua história. Nunca fizemos da mídia um bicho papão para eles, tanto que sempre foi uma coisa muito natural, para que eles soubessem como lidar. Hoje, são muito tranquilos em relação à exposição. Mas é claro que quando mexe com o filho é muito pior do que quando mexem com a gente, com mentiras e coisas assim. Apesar dos nossos filhos hoje estarem gran-des e tomarem mais decisões sobre aparecer ou não, sempre ficamos atentos, porque eles não pediram para ser famosos, eles nasceram nesse mundo por causa da gente. Temos muita sorte porque eles têm uma tranquilidade muito grande para lidar com tudo, devido à criação. Na época em que esse episódio aconteceu, a própria escola entrou em contato. Meus filhos ficam muito mais tranquilos do que as pessoas ou do que a gente. Não sucumbiu em momento algum às cobranças ou aos olhares na escola, já que [a notícia do término com Duda Guerra] tinha saído em todos os sites. Ele não ligou. A escola ligou mais que ele. Me telefonaram, perguntando: “O que você quer que a gente faça?”. Respondi: “Ele que sabe dizer isso”. O fato deles terem sido expos-tos tão cedo criou uma casca neles, que é muito boa. Mas sempre vou estar defendendo as crias. Eles se expõem no tamanho certo e não se incomodam. Hoje, não precisa ser meu filho ou filho de uma pessoa pública para estar exposto, todo mundo está. Então, se for pensar assim, os meus filhos ainda saem em vantagem, porque estão formados nisso desde sempre. Para os jovens de agora que é novidade. Meus filhos declinaram à fama. Eles viam o pai e a mãe saindo para trabalhar, nos acompanhavam nas viagens, me viam gravando o dia inteiro e ligando de tarde e o pai deles viajando… eles sabem os sacrifícios disso e conectaram isso ao trabalho. Não é oba-oba, não é só sobre aparecer, porque sabem o tanto que a gente abriu mão de coisas pelo trabalho e o quanto eles mesmos tiveram que abrir um pouco mão dos pais, em algum momento, por conta das nossas carreiras. Para eles, não é divertido, é trabalho, por isso lidam de forma muito prática.
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