Carlos Bolsonaro (à esquerda) e Jair Bolsonaro (ao centro) em janeiro de 2024, durante operação do inquérito da Abin paralela. — Foto: Reprodução/GloboNews
Esquema envolvia espionagem ilegal de pessoas consideradas pelo governo anterior como adversárias. Para investigadores, Ramagem montou o esquema, Carlos Bolsonaro era o chefe do gabinete do ódio – que usava as informações para atacar publicamente os alvos – e Bolsonaro era o beneficiário. Atual cúpula da Abin foi implicada por obstruir as investigações.
São Paulo - 17/06/2025
PF indicia Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Ramagem no inquérito da Abin paralela
A Polícia Federal concluiu a investigação sobre um suposto esquema de espionagem montado na Abin durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
O relatório final pede o indiciamento do ex-presidente, do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho dele, do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou o órgão na administração anterior e até de integrantes da agência no governo Lula (PT), por obstrução de Justiça,
Luiz Fernando Corrêa, atual diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) e delegado de Polícia Federal, está entre os implicados pela apuração.
Ao todo, 35 pessoas foram indiciadas.
Para a PF,
• Ramagem, que foi diretor da Abin sob Bolsonaro, estruturou o esquema de espionagem ilegal de pessoas consideradas pelo governo do ex-presidente como adversárias.
• Carlos é apontado como o chefe do gabinete do ódio, que usava as informações obtidas ilegalmente para atacar publicamente os alvos por meio das redes sociais.
• Bolsonaro, segundo os investigadores, sabia e se beneficiava do esquema.
• Já a atual direção da Abin teria agido para obstaculizar as apurações, que se desenrolaram sob o atual governo.
As investigações indicaram que policiais, servidores e funcionários da Abin formaram uma organização criminosa para monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo celulares e computadores durante a gestão Bolsonaro.
Entre os alvos da espionagem estavam autoridades do Judiciário, Legislativo e Executivo, além de jornalistas.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) estaria entre os alvos do grupo.
Além dele, os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Maia, além do senador Renan Calheiros (MDB-AL), entre outros.
https://g1.globo.com/politica/blog/daniela-lima/post/2025/06/17/pf-inquerito-abin-paralela.ghtml