O Açude do Cedro e os Monólitos de Quixadá e Quixeramobim estão sendo debatidos como possíveis candidatos ao título de Patrimônio Mundial da Unesco durante o Encontro Internacional de Direitos Culturais. Após uma ampla programação em Fortaleza, o evento seguiu para o sertão cearense, onde as discussões continuam até sexta-feira (29).
Nesta quinta-feira (28), as atividades começaram com uma visita técnica ao Açude do Cedro. Em seguida, o auditório da Casa de Saberes Cego Aderaldo, em Quixadá, sediou debates sobre o tema. Segundo o professor Humberto Cunha, pesquisador do Programa de Pós-graduação em Direito Constitucional da Unifor e coordenador do encontro, a candidatura do Açude do Cedro está em estágio avançado, já figurando em uma pré-lista da Unesco.
“Pesquisadores têm trabalhado há anos para fortalecer o pleito do Açude do Cedro ao título de Patrimônio Mundial. A relevância histórica da obra é enorme, sendo o primeiro grande projeto hídrico do Brasil, construído por ordem de Dom Pedro II em resposta à seca de 1877”, destacou o professor.
Além disso, o encontro reúne um comitê responsável pela elaboração do dossiê de candidatura dos Monólitos de Quixadá e Quixeramobim, reforçando o esforço para inclusão desses bens na lista de Patrimônios Mundiais.
Ainda na manhã de quinta-feira, o professor italiano Tullio Scovazzi abordou “Aspectos críticos da interpretação e apresentação do património cultural”. Na sequência, uma mesa redonda discutiu o que torna um bem digno de ser considerado patrimônio cultural da humanidade, com a participação de especialistas estrangeiros e convidados locais.
Na sexta-feira (29), o evento segue para Quixeramobim, onde o CEU das Artes Argemiro da Silva Coutinho sediará o debate “Poder local e patrimônio cultural”. Participam deste momento a secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela; o arquiteto e compositor Fausto Nilo; autoridades locais; e convidados internacionais.
Sobre o evento
A 13ª edição do Encontro Internacional de Direitos Culturais, que ocorre até 29 de novembro, destaca-se pela integração entre o cosmopolitismo e a valorização das práticas culturais locais. Pela primeira vez, o evento reúne intelectuais da Ásia e do Oriente Médio, ampliando o diálogo com especialistas das Américas, Europa e outras regiões.
Com sede principal no campus da Universidade de Fortaleza (Unifor), o encontro também promove atividades em espaços como a Escola de Gastronomia, o Museu do Humor Cearense, a Pinacoteca do Ceará, e os municípios de Quixadá e Quixeramobim, reforçando sua conexão com a diversidade cultural cearense.
O 13º Encontro Internacional de Direitos Culturais é uma realização do Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional da Unifor, por meio do Grupo de Estudos e Pesquisas em Direitos Culturais, com o apoio do Instituto Brasileiro de Direitos Culturais (IBDCult), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade de Lisboa. O evento tem o patrocínio do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult).
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