Blog do Amaury Alencar
Cid Gomes (PSB), Eunício Oliveira (MDB), José Guimarães (PT) e Chiquinho Feitosa (Republica-nos) Crédito: Pedro França/Agência Senado / Mário Agra/Câmara dos Deputados
Passadas duas semanas desde o segundo turno das eleições municipais, o pleito de 2026 já tem desenhos e movimentos claros visando as duas cadeiras do Senado Federal que estarão em disputa no Ceará. Grandes caciques da política estão de olho e se colocam no páreo.
Serão duas de três vagas em disputa na Alta Casa: as dos senadores Cid Gomes (PSB) e Eduardo Girão (Novo). Com dois terços das vagas, a eleição promete busca por espaço entre membros da base estadual, ter ex-presidente do Congresso Nacional, um petista histórico e outros fortes aliados.
Cid Gomes
Ex-governador do Ceará e atual senador, Cid Gomes é uma incógnita sobre 2026. Embora seja candidato natural à reeleição no Senado, ele já chegou a demonstrar que poderia não concorrer a nenhum mandato e até mesmo deixar a política.
Hoje à frente do PSB, juntamente com Eudoro Santana, pai do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e presidente estadual da sigla, Cid sai fortalecido das eleições de 2024 elegendo 65 prefeitos, o maior número no Estado.
Portanto, embora com mais disposição ao Executivo do que ao Legislativo, Cid Gomes não é carta fora do baralho e é ainda uma das principais lideranças políticas cearenses.
Eunício Oliveira
Atualmente no mandato de deputado federal, Eunício Oliveira (MDB) já presidiu o Senado, ainda é presidente estadual do MDB, sigla que foi uma das que mais elegeu prefeitos em 2024, e foi der-rotado em 2018 para Girão por cerca de 12 mil votos de diferença. Desde então, ele nunca es-condeu o seu desejo de retornar ao cargo e foi importante em 2022 quando o partido compôs chapa com o PT, tendo Jade Romero como vice-governadora.
Ao programa O POVO News, após a eleição de Evandro Leitão (PT) como prefeito de Fortaleza, Eunício afirmou que tomou a decisão de concorrer novamente ao Senado Federal depois de conversas com lideranças, presidentes de partidos aliados e, segundo ele, sentir uma cobrança da população do Ceará.
"A minha missão é voltar, se o povo do Estado do Ceará assim entender, meu nome eu vou colo-car à disposição no Senado, mas vai depender, obviamente, da vontade soberana do povo do Estado do Ceará. Então, com muita humildade, eu quero novamente colocar o meu nome ao cargo de senador para uma única coisa, completar essa obra que iniciamos de ajudar no desenvolvi-mento do nosso Estado", disse.
Eunício Oliveira, inclusive, é aliado de Camilo Santana, principal força política do Estado. No comitê central da campanha de Evandro no dia da vitória, o ministro chegou a dizer ao emedebista que dará apoio à sua candidatura a senador.
José Guimarães
Líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT) se tornou uma das principais lideranças do PT não só no Nordeste, mas também a nível nacional, fazendo com que tente se cacifar para pleitear voos mais altos. Dentre eles, uma vaga no Senado Federal.
Em entrevista ao O POVO News no dia da vitória de Evandro em Fortaleza, Guimarães não só explicitou sua vontade de concorrer, mas como destacou que quer Lula como um dos apoiadores na sua candidatura.
"Eu quero muito que ele (Lula) seja, digamos assim, patrocinador da minha candidatura ao Senado Federal em 2026. É claro que nós vamos discutir ainda sobre isso com o PT e nossos aliados", disse.
O petista também está de olho na presidência nacional do PT. A eleição irá acontecer no próximo ano e Guimarães, embora também se coloque como um dos candidatos, destacou não ter projeto pessoal, mas está em função de um projeto.
"Eu não tenho projeto pessoal. Eu estou em função do projeto nacional. O que for será. E eu estou disposto a qualquer missão nacional e no Estado do Ceará", completou.
Chiquinho Feitosa
Presidente estadual do Republicanos, partido da base do governador Elmano de Freitas (PT), Chiquinho Feitosa também é um dos que podem vir a se candidatar a senador pelo Ceará em 2026.
Ele assumiu a vaga como suplente de Tasso Jereissati e não escondeu a vontade de voltar ao cargo. Próximo de Camilo e Elmano, o Republicanos ganhou espaço no Ceará elegendo 14 prefei-tos.
Além disso, Chiquinho ajudou a base estadual trazendo partidos, como o próprio Republicanos e o Solidariedade, para a base de apoio ao PT no Estado, tendo como argumentos para um apoio a uma possível candidatura. Ele chegou a ser incluído como suplente de Camilo Santana ao Senado nas eleições de 2022, mas uma briga jurídica dentro do PSDB impediu a empreitada.
Bloco da oposição
Com grandes caciques da base disputando duas vagas, a oposição já começou a se articular para tentar fazer de frente a pelo menos uma das vagas. Eduardo Girão defende o fim da reeleição e já afirmou em algumas oportunidades que não concorrerá.
Ainda na campanha do primeiro turno, lideranças se alinharam contra o PT, como o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), o ex-deputado federal Capitão Wagner (União) e o deputado federal André Fernandes (PL).
Como Fernandes não terá a idade mínima para ser candidato nem ao Senado nem ao Governo do Estado, RC e Wagner são citados como postulantes. Ainda sem a definição de quem tentaria o Executivo e quem a Alta Casa.
Quem quer concorrer a senador
Pelo menos quatro personagens da base governista são cotados para concorrer às duas vagas em disputa em 2026
• Cid Gomes: larga teoricamente na frente por ocupar uma das cadeiras, por ser politica-mente o mais forte e quem mais teria votos. Chegou a dizer que não queria mais ser candidato, mas já faz tempo e muita coisa mudou. Se quiser mesmo, será difícil pará-lo
• Chiquinho Feitosa: quando era suplente de Tasso Jereissati (PSDB), passou alguns me-ses como senador e gostou muito. Tem força política, é influente em Brasília, inclusive no Judiciário. Das personagens que atuaram para implodir a candidatura de Roberto Cláudio (PDT) a governador em 2022, ele tratou de inviabilizar a coligação com o PSDB. Fortale-ceu-se em prefeituras e espaço político
• Eunício Oliveira: já foi senador, presidente do Senado e sonha em voltar. Perdeu protagonismo na política estadual, mas foi importante sustentação para a candidatura de Elmano de Freitas (PT) em 2022
• José Guimarães: líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, é personagem de peso nacional no PT. Há dez anos tenta concorrer a senador. Em 2014, estava tudo encaminhado, mas ele desistiu para o PT, com as bênçãos do então governador Cid Gomes, lançar Camilo Santana (PT) ao governo.
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