Delator do PCC executado em aeroporto de SP levou 10 tiros; polícia apreende fuzil e pistola

De acordo com o registro policial, foram ao menos 29 disparos, de calibres diversos.

Armas apreendidas após o assassinato de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos. — Foto: Divulgação

Por Patrícia Marques, Lucas Jozino, Gustavo Petró, TV Globo e g1 — São Paulo - 09/11/2024 

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto à luz do dia, na sexta-feira (8), na área e desembarque de Cumbica. Ele era investigado por envolvimento com o PCC e havia firmado um acordo para delatar crimes da facção e de policiais.

Vídeos mostram por diferentes ângulos execução de empresário no Aeroporto de Guarulhos

O empresário e delatar o PCC Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, executado no aeroporto de Guarulhos (SP) na sexta-feira (8), levou 10 tiros, segundo registro da Polícia Civil de São Paulo.

Gritzbach, de 38 anos, foi alvejado à luz do dia, por volta das 16h, na saída da área de desembarque do Terminal 2 por dois homens que desceram de um carro preto. Até a publicação desta reportagem, os autores estavam foragidos.

De acordo com o registro policial, foram ao menos 29 disparos, de calibres diversos. Gritzbach foi atingido por 4 tiros no braço direito, 2 no rosto, 1 nas costas, 1 na perna esquerda, 1 no tórax e 1 no flanco direito (região localizada entre a cintura e a costela).

Duas armas foram apreendidas pela polícia: um fuzil e uma pistola. As duas estavam próximo ao local em que o carro foi abandonado, a pouco mais de 7 km do aeroporto, ainda em Guarulhos. Até a publicação desta reportagem, não havia confirmação pericial de que foram elas as usadas no crime.

Empresário fez acordo para delatar PCC e policiais

Gritzbach era investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e, em março, havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) com a promessa de entregar esquemas de lavagem de dinheiro.

Nos depoimentos, o empresário acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de exigir dinheiro para não o implicar no assassinato de um integrante do PCC (Anselmo Santa, o Cara Preta).

Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalharam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).

PMs que fariam escolta alegaram falha em carro para não estar no local

O Ministério Público de São Paulo afirma que ofereceu mais de uma vez segurança ao empresário e que ele sempre recusou a proteção.

O empresário, então, contratou 4 seguranças, todos policiais militares.

Nenhum dos 4, porém, estava com Gritzbach no momento do assassinato.

Segundo depoimento de 2 deles, um dos carros em que iriam buscar Gritzbach e a namorada no aeroporto – o casal voltava de Maceió – teve um problema na ignição. O outro, ainda de acordo com os policiais, estava com quatro pessoas, e teve de fazer meia volta para deixar um dos ocupantes em um posto de combustível.

Investigadores desconfiam dessa versão (leia mais). Uma das linhas de investigação do DHPP é que os seguranças teriam falhado de forma proposital.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/11/09/empresario-executado-em-aeroporto-de-sp-levou-10-tiros.ghtml