Polícia prende sócio de laboratório investigado por testes que levaram a infecções por HIV — Foto: Reprodução/ TV Globo
Por Adriana Cruz, Gabriela Moreira, Leslie Leitão, Bom Dia Rio - 14/10/2024
O preso é Walter Vieira, médico ginecologista e responsável técnico do laboratório, que assinou um dos laudos com o falso negativo. Ele é tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP).
A Polícia Civil do RJ iniciou nesta segunda-feira (14) a Operação Verum, para tentar prender 4 pessoas no caso dos transplantes de órgãos infectados pelo HIV. Até a última atualização desta reportagem, um sócio do PCS Lab Saleme apontado pelo governo do RJ como responsável pelo erro tinha sido preso.
O preso é Walter Vieira, médico ginecologista e responsável técnico do laboratório, que assinou um dos laudos com o falso negativo. Ele é tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP).
Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) saíram também para cumprir 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A sede do PCS teve de ser arrombada pelos policiais.
“As investigações indicam que os laudos, falsificados por um grupo criminoso, foram utilizados pelas equipes médicas, induzindo-as ao erro, o que levou à contaminação dos pacientes. Um dos pacientes veio a falecer, com as causas da morte ainda sob investigação”, disse a Polícia Civil.
A polícia investiga se o PCS Lab Saleme falsificou laudos em outros casos além dos transplantes.
“Diversas diligências complementares estão sendo realizadas para identificar toda a cadeia de profissionais envolvidos nesse esquema criminoso, e todos serão prontamente responsabilizados na medida da sua respectiva culpabilidade”, detalhou a Decon.
Os envolvidos são investigados por crime contra as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.
Entenda o escândalo
Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos infectados pelo HIV de 2 doadores e agora testaram positivo para o vírus.
Segundo o governo do estado, o erro foi em 2 exames do PCS Lab Saleme. A unidade privada fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e foi contratada pela SES-RJ em dezembro do ano passado, em um processo de licitação via pregão eletrônico no valor de R$ 11 milhões, para fazer a sorologia de órgãos doados. A Coordenadoria Estadual de de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório.
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/10/14/operacao-transplantes-laboratorio.ghtml