Em Palm Beach, Flórida, a devastação causada pelo furacão Milton — Foto: Reprodução
Maré do furacão Milton provoca inundações na costa da Flórida — Foto: Reprodução
Palmeiras se dobram ao vento após o furacão Milton atingir a costa em Brandon, Flórida — Foto: AFP
Por O GLOBO — Flórida. EUA - 10/10/2024
À medida que o furacão Milton se move para o leste, aproximando-se de Cabo Canaveral, alguns condados no oeste da Flórida começam a avaliar os danos causados pela tempestade e a limpar os destroços provenientes de sua passagem. O Milton tocou o solo da Flórida na noite de quarta-feira, classificado como um furacão de categoria 3 — com ventos de 193 km/h —mas já provocava fortes chuvas e uma onda de tornados antes de chegar ao continente. O furacão foi rebaixado para a categoria 1, com ventos de 138 km/h, no começo da manhã desta quinta. Autoridades nos condados de Hillsborough e Pasco, na Costa do Golfo (oeste da Flórida), disseram que começaram os esforços de recuperação na quinta-feira.
Mortes foram confirmadas em uma comunidade de aposentados na cidade de Fort Pierce. O xerife do no condado de St. Lucie, Keith Pearson, disse à rede americana ABC News que "múltiplas fatalidades" foram registradas no Spanish Lakes Country Club Village, atingido por um tornado provocado pelo Milton antes deste tocar o solo. Ele não detalhou o número de mortos.
Parecia que alguém havia deixado cair um peso do céu e destruído um monte de casas — disse Doug Anderson, morador de Lakewood Park, no condado de St. Lucie, ao jornal Treasure Coast. — Uma das últimas casas que visitei parecia ter sido rasgada ao meio.
O furacão também provocou danos estruturais. Mais de 3 milhões de residências estavam sem energia na Flórida às 4h (3h em Brasília) de acordo com o site de rastreamento PowerOutage.us. Apenas em Tampa, a empresa de fornecimento de energia local afirmou que 70% de seus clientes ficaram desabastecidos. Em uma coletiva de imprensa na noite de quarta-feira, o governador Ron DeSantis afirmou que o estado teve 116 alertas de tornado.
Os ventos também arrancaram parte do teto do Tropicana Field, estádio de beisebol com capacidade para 42 mil pessoas que recebe os jogos do Tampa Bay Rays, time da liga profissional de beisebol dos EUA, a MLB. O estádio, localizado em St. Petersburg, foi transformado em um acampamento para militares socorristas atenderem desabrigados, como parte da preparação para a chegada do furacão.
Pessoas ficaram presas sob escombros de construções e em veículos capotados nas áreas de Wellington, Acreage e Loxahatchee, no condado de Palm Beach, informaram os serviços de emergência. Cinco pessoas foram transportadas para hospitais e muitas outras foram tratadas por ferimentos leves, segundo o The New York Times.
Ventos fizeram com que um guindaste desabasse sobre um prédio no centro de St. Petersburg na quarta-feira à noite, de acordo com as autoridades. Nenhum ferido foi identificado. Autoridades do condado de Martin afirmam que várias pessoas ficaram feridas e dezenas de casas foram danificadas pela passagem do furacão.
Mesmo em localidades que não sofreram com a passagem do furacão sofreram impactos indiretos. A rede americana CNN noticiou que em Daytona Beach, na costa leste da Flórida, registrou ventos de mais de 133 km/h, sofrendo também com as enchentes provocadas pelas intensas chuvas de tempestade.
A Flórida, o terceiro estado mais populoso dos EUA e destino turístico frequente, está acostumada com furacões. Segundo os cientistas, as alterações climáticas desempenham um papel na rápida intensificação dos furacões, porque as superfícies oceânicas mais quentes libertam mais vapor de água, o que dá mais energia às tempestades e intensifica os seus ventos. (Com NYT e AFP)
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/10/10/milton-florida-comeca-a-avaliar-os-danos-e-a-limpar-os-destrocos-veja-imagens-da-passagem-do-furacao.ghtml