Médicos trataram roxo como torção, e menina fica 30h com veneno de cascavel na perna: "Não sabíamos se ela iria sobreviver", diz mãe
Uma menina passou 30 horas com veneno de cobra no corpo depois que os médicos ignoraram seus sintomas. Agora, a família enfrenta as consequências de um atendimento inadequado após a picada de uma cascavel, enquanto a criança se submete a cirurgias para salvar a perna, no Arizona, Estados Unidos
Uma garotinha de 7 anos passou por uma experiência aterrorizante no Arizona após ser picada por uma cascavel e esperar 30 horas antes de receber o tratamento adequado, devido à falha dos médicos em diagnosticar a situação corretamente.
Allie Brasfield, que estava de férias com sua família no início deste mês, tropeçou na grama durante uma brincadeira no Parque Regional Gilbert. Naquele momento, a menina acreditou que apenas havia torcido o tornozelo. No entanto, no dia seguinte, seu pé esquerdo começou a inchar e a ficar roxo, com a descoloração se espalhando rapidamente pela perna.
Inicialmente, os médicos locais não identificaram a gravidade do quadro e a família foi mandada para casa duas vezes, mesmo com o aumento dos sintomas, como náuseas e vômitos. Foi apenas quando os Brasfields buscaram atendimento em um hospital maior, em Phoenix, que os médicos descobriram que Allie havia sido picada por uma cobra cascavel, levando a menina a passar por transfusões de sangue e duas cirurgias.
De acordo com o tabloide britânico Daily Mail, o tratamento com antídoto é mais eficaz dentro de 24 horas após a picada, mas, devido ao atraso no diagnóstico, Allie passou 30 horas com o venerno da cobra circulando em seu corpo. "Foi o momento mais assustador da minha vida, sem saber se ela iria sobreviver", disse Keith Brasfield, pai da menina.
Médicos em dois departamentos de emergência diferentes viram a perna de Allie e acreditaram que seu tornozelo estava torcido. — Foto: Reprodução Daily Mail
Allie precisou de 40 frascos de antídoto, uma quantidade muito superior ao comum, devido ao tempo prolongado em que o veneno permaneceu no corpo. Em casos típicos, são administrados de 4 a 12 frascos logo após a picada. A mãe, Amber Brasfield, relatou que, além das cirurgias, a menina também precisará de fisioterapia e terapia ocupacional para recuperar a força na perna.
Picadas de cascavel são relativamente raras nos EUA, com cerca de 8.000 casos por ano. Embora o risco de morte seja baixo, complicações graves, como perda de tecido, deformidade e até amputação, podem ocorrer. Allie, que permanece em uma cadeira de rodas e não consegue apoiar o peso na perna, enfrentará uma terceira cirurgia para tratar os efeitos do veneno.
A família enfrenta agora enormes custos médicos, já que o seguro não cobre os tratamentos anti-veneno, que podem custar até US$ 17.000 cada. Para ajudar a custear as despesas, criaram uma página no GoFundMe, onde relatam a difícil jornada que ainda têm pela frente.
Apesar do susto, os médicos conseguiram reduzir o inchaço da perna da menina e evitar complicações maiores, mas o caso de Allie serve como alerta sobre a importância do rápido diagnóstico em situações de picadas de cobras venenosas, onde cada minuto pode ser crucial para a sobrevivência.
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