Em entrevista exclusiva, a cantora britânica, que se apresenta na próxima semana no Rock in Rio, conta o que os fãs podem esperar da apresentação, revela estar em fase de criação de um álbum, mas que ainda deve experimentar outras formas de lançamentos e reflete sobre o jeito acolhedor e forte do brasileiro
Por Thyago Furtado
Joss Stone está prestes a pisar em solo brasileiro para uma das performances mais aguardadas do ano: seu show no Palco Mundo do Rock in Rio, marcado para o dia 19 de setembro. Em uma conversa exclusiva com Vogue Brasil, a artista britânica não escondeu sua ansiedade para se apresentar por aqui -- além do RIR, ela cantará em São Paulo, Ribeirão Preto e Belo Horizonte -- e revelou que está preparada para entregar algo especial para os fãs.
Com uma carreira que já atravessa duas décadas, Stone está determinada a oferecer algo especial para o público brasileiro. A cantora admite o desafio de manter suas apresentações surpreendentes e promete uma combinação de sucessos antigos—aqueles que o público simplesmente não pode perder—e novas adições ao seu repertório.: “Estou tentando dar a eles algo diferente, além de algumas coisas que já conhecem e querem ouvir de novo,” diz.
Após o sucesso no último ano com a turnê comemorativa 20 Years of Soul, que culminou na gravação de um álbum ao vivo, Stone afirma que agora já quer virar a página para novos caminhos. “Quero pegar um pedaço daquela turnê e incluir no show que estamos criando,” explica. A atual Ellipsis Tour incluirá clássicos, mas com influências de tendências ao incluir um "momento disco", que, segundo ela, é uma fórmula sempre divertida. "Têm algumas músicas que não canto há muito tempo e que quero incluir no show. Tentei montar algo que faça as pessoas felizes e eu consiga sentir o público. Eles vão me dizer se gostam ou não"
Quando questionada se existe alguma música de seu catálogo que vem à sua mente quando pensa no Brasil, a artista prontamente respondeu Karma., lançada em 2011. "A questão é que Karma não está no set list do show. Estava conversando isso com Steve, meu diretor musical e guitarrista, e sugeri substituir Karma por For God's Sake. Falei com meu marido (Cody DaLuz) sobre isso ontem à noite, e ele estava um pouco incerto. Enquanto escovava os dentes, ele procurou a música e a ouviu. Ele gostou de como For God's Sake começa só com bateria e achou ótima. No entanto, ele também disse que Karma deveria estar no show. Eu concordo que devemos tocar, já que é uma música que o público espera. Então, estou pensando em incluir For God's Sake na lista e talvez até tocar ambas", continua.
Cultura acolhedora
Durante a conversa, Joss também refletiu sobre a influência da cultura brasileira em sua vida e trabalho. A artista menciona como suas interações com brasileiros, que fazem parte de sua equipe, a ajudaram a entender a profundidade da cultura local. “Eu sinto que a força que vejo (nas pessoas) é algo profundamente enraizada na sociedade brasileira,” observa.
Ela admira o modo como os brasileiros equilibram calor humano com uma atitude protetora e firme e como isso se traduz também na energia que recebe das pessoas quando está aqui. "Tipo, eu cuido da minha família, sabe, esses são meus entes queridos. Quando vocês amam alguém, vocês amam intensamente. E eu sinto que essa é a cultura, e é isso que eu percebo, de qualquer forma", comenta, antes de completar: "Vamos para o Brasil e sempre temos a oportunidade de sentir essa emoção das pessoas."
Joss Stone — Fotos: Divulgação
Novas formas de se conectar musicalmente
Em relação à sua música, a britânica quer explorar novas maneiras de se conectar com o público. Em vez de seguir o tradicional ciclo de lançamentos de álbuns, ela quer focar em lançamentos esporádicos. “Eu realmente gosto dessa ideia,” comentou, referindo-se à recente Loving You. “É doce e romântica. Nasceu de um momento genuíno de emoção e é uma forma de dar aos fãs algo sem esperar dois ou três anos por um álbum.”
Mas a cantora garante que está trabalhando em um projeto completo -- que pode sair no próximo ano, quem sabe? "Sinto que, hoje em dia, podemos lançar músicas de forma mais direta, sem todo o drama em torno disso. Nunca lancei uma única música dessa forma antes, mas acho ótimo poder oferecer aos fãs novas músicas sem ter que esperar anos para um álbum completo. É uma abordagem muito mais simples e prática", reflete.
"Você tem que esperar dois ou três anos, sabe, porque leva tempo para fazer um álbum completo. É preciso realmente se importar com o processo e refletir sobre cada detalhe, decidir e lidar com várias coisas para criar um álbum bonito. Não é algo que você simplesmente monta de qualquer jeito. Mas, entre esse tempo, podemos lançar músicas que pensamos, 'ah, essa é uma fofura. Vamos lançar.' Sem dramas."
No que diz respeito às suas inspirações musicais, Stone tem explorado além dos limites de seu gênero habitual. Ela citou Stephen Wilson Jr., um artista country, como uma grande influência. O álbum Son of Dad, que aborda temas de luto e reflexão pessoal, a tocou profundamente. “As letras dele são tão inspiradoras e emocionantes.. É sobre a vida, mas gira em torno da perda de seu pai e como ele lida com o luto e coisas assim. E eu sei disso porque estava em uma sessão de composição com ele. Um publisher simplesmente disse: 'Ei, vocês dois deveriam compor juntos.' Eu te digo, fiz um amigo para a vida com ele."
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https://vogue.globo.com/cultura/noticia/2024/09/joss-stone-promete-show-animado-e-momento-disco-no-rock-in-rio.ghtml