O vice-presidente Geraldo Alckmin conversa com jornalistas após reunião com comitiva da Fiergs — Foto: Guilherme Mazui/g1
Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília
Entidade diz que 90% do PIB industrial do RS foi afetado por chuvas, e pede crédito e flexibilização de regras trabalhistas
Comitiva da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul se reuniu com Alckmin nesta sexta. Fiergs quer programa de manutenção de empregos nos moldes do lançado na pandemia.
Uma comitiva de industriais gaúchos entregou nesta sexta-feira (17) ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) uma lista de pedidos do setor ao governo federal para enfrentamento de prejuízos provocados pelas chuvas e cheias no Rio Grande do Sul.
Entre as solicitações apresentadas a Alckmin, que também é ministro da Indústria, está a conces-são de crédito para as empresas e a flexibilização de regras trabalhistas nos moldes adotados durante a pandemia de Covid-19.
“Temos 90% do nosso PIB industrial alagado, embaixo da água. A situação das empresas é muito difícil, e a gente precisa dessas medidas apresentadas hoje com a maior brevidade possível”, disse Arildo Bennech Oliveira, presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
A entidade defende a criação de um Programa Emergencial de Manutenção de Renda e Emprego específico para o estado, que ainda lida com cidades alagadas, pessoas desabrigadas, rodovias bloqueadas e aeroporto fechado. A Fiergs pede a regulamentação de artigos da Lei 14.437, aprovada na pandemia.
A entidade solicitou ao governo federal:
pagamento com recursos da União de benefício emergencial de manutenção de emprego e renda (BEM)
redução proporcional da jornada de trabalho e do salário
suspensão temporária do contrato de trabalho
implantação de teletrabalho
antecipação de férias individuais
concessão de férias coletivas
aproveitamento e antecipação de feriados
adoção de banco de horas
O documento Fiergs contém 47 medidas em diferentes áreas (crédito, trabalhista, tributária, infraestrutura, regulação, meio ambiente e comércio exterior) com um custo preliminar, segundo Oliveira, de R$ 100 bilhões.
A entidade também apresentará um projeto com pedidos de desonerações, deduções, transações de débitos que envolve tributos federais, estaduais e municipais.
Crédito para indústria
O documento da Fiergs pede a liberação de linhas de créditos a juro zero para capital de giro, pagamento de folha e aquisição de máquinas e equipamentos.
A entidade defende uma linha emergencial com correção dos empréstimos pelo IPCA com carência de 36 meses. A federação das indústrias gaúchas também pede linhas de créditos com taxas subsidiadas.
"O crédito me parece que é o mais urgente, além de medidas trabalhistas que a gente também trouxe. O crédito me parece mais importante agora que é para empresas poderem manter os seus funcionários, hoje são mais de 500 mil pessoas de carteiras assinada que estão com as ca-sas cobertas de água", afirmou Oliveira.
O executivo disse que a liberação é urgente e que as empresas gostariam de contar com o dinhei-ro em caixa ainda neste mês de maio.
Alckmin repetiu que o governo federal dará os recursos necessários para reconstrução do Rio Grande do Sul e disse que tratará do tema com ministérios e bancos públicos, em especial o Ban-co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Questionado se o governo deve anunciar novo pacote de crédito voltado ao Rio Grande do Sul, Alckmin disse que sim.
“Pode e deve [anunciar novas medidas]. O principal é estabelecer os juros. O principal é qual vai ser o tamanho da equalização. Isso que vai ser discutido", afirmou o vice-presidente.
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