Jaque e Isabelle Nogueira — Foto: Reprodução Instagram
Na semana do Dia das Mães, Jaqueline lembra que descobriu gravidez aos 5 meses e relata trajetória difícil, mas com muita conexão, após ser mãe aos 14: 'Duas crianças'
Por Jacyara Pianes, gshow — Rio de Janeiro
Jaque Nogueira fala dos desafios da gravidez na adolescência e de cirurgia que fará
Jaqueline Nogueira, de 45 anos, ficou conhecida em todo o Brasil como mãe de Isabelle, a cunhã-poranga do BBB 24, de 31. A pouca diferença de idade chama atenção, já que Jaque, como é conhecida nas redes sociais, engravidou aos 13 anos. Mas esse rótulo de mãe da cunhã faz parte exatamente do que sonha pros três filhos: que sejam reconhecidos por serem quem são.
Isabelle - irmã mais velha, por parte de mãe, de Vittor, de 22, e Sophia, de 12 -, foi a primeira da família a se formar na faculdade e, com a conquista do terceiro lugar no Big Brother Brasil, vai poder ajudar financeiramente a mãe a cuidar da saúde, um de seus objetivos antes de entrar no programa.
Isabelle com a mãe Jaqueline antes de entrar no BBB 24 — Foto: Jacyara Pianes/gshow
Jaqueline Nogueira, aos 14 anos segura a filha Isabelle Nogueira — Foto: Arquivo pessoal
Isabelle, do BBB 24, com a mãe Jaqueline Nogueira — Foto: gshow
Isabelle com a mãe Jaqueline e os irmãos — Foto: Reprodução
Isabelle e Jaqueline Nogueira — Foto: Reprodução
"Preciso fazer uma cirurgia, porque, como na época (da primeira gestação) era muito criança, meu organismo não estava preparado", explica sobre o procedimento corretivo para bexiga baixa que precisa fazer na região do períneo após dois partos vaginais -- o primeiro dele, de Isabelle, aos 14 -- e uma cesárea. O procedimento na rede privada de saúde custa cerca de R$ 10 mil.
O problema foi descoberto em 2019, quando Jaque teve incontinência e, depois, infecção urinária. Eles chegaram a achar que fosse malária antes do diagnóstico. "Fiz exercício, tratamento, aí resolveu. Mas requer cuidado porque futuramente pode dar um problema maior".
Como Jaqueline não tinha (até a data desta entrevista) plano de saúde, a mãe da dançarina fez o pré-operatório na rede particular, com ajuda de amigos e da própria Isabelle.
A previsão é que, agora, a cirurgia seja feita entre setembro e outubro, depois da temporada de festa do Festival Folclórico de Parintins, em que Isabelle dança como cunhã-poranga do Boi Garantido, em junho.
Gravidez na adolescência
Se, hoje, Isabelle pode dar mais conforto à família, Jaqueline se emociona ao lembrar das dificuldades que passou ao lado da filha. Depois de uma infância que considera boa no interior do Amazonas, em um sítio próximo de Parintins, a mãe da cunhã engravidou do então namorado quando se mudou para Manaus, aos 13 anos.
"Como eu morava no interior, não era explicado sobre sexualidade, eu não sabia. Quando eu fui saber, já estava com cinco meses. Eu passei mal, a médica que falou pra minha tia", lembra. Na época, ela morava com a mãe, que a ajudou com o pré-natal, e com a avó.
Também por isso, Jaque conta que nunca teve tabu para falar sobre nada com Isabelle. "Acho que é por isso que somos tão unidas. Não sabia de nada. A vida me deixou forte".
Depois do parto, ela conta que chegou a ir morar, com a filha ainda bebê, na casa de uma família, onde trabalhou como funcionária. Ela não sabe dizer quanto tempo ficou, mas voltou para a casa da própria mãe logo depois. "Eu cheguei a ir (com Isabelle), mas eu voltei com ela".
"Aquele instinto de mãe me falou 'vai cuidar que o filho é teu'. Se eu tivesse deixado (a criança), até hoje estaria arrependida".
'Ou trabalhava ou ficávamos com fome'
Jaqueline entende que a infância da filha, agora famosa não só em Manaus, mas em todo o Brasil, foi sem presença de pai e de mãe. "Eu sofria de um lado por não cuidar dela direito, e ela sofrendo de outro lado, sem pai, sem mãe (presentes)".
Jaqueline foi babá, empregada doméstica e camelô e só pôde se estabilizar quando a primeira filha tinha 11 anos e ela se casou com Márcio Oliveira, seu marido e pai de Sophia. Até então, segundo Jaqueline, eram "duas crianças sem rumo, sem orientação".
Aos outros filhos, Jaque acredita que dedica o mesmo amor, mas pôde estar mais presente. "Da Isabelle não fui presente porque tive que trabalhar nova pra dar sustento pra ela".
"Ou eu ia trabalhar, ou a gente ficava com fome", lembra Jaqueline.
Ausência da filha durante o BBB 24
Jaqueline, que atua como auxiliar administrativa em uma clínica médica em Manaus, conta que não se ausentou do serviço durante a participação da filha no reality. "Se eu parasse, não ia ter cabeça". Com a cunhã de volta, a mãe se emociona ao lembrar que ouvir Isabelle contando a história da família em rede nacional foi o momento mais difícil, mas também de muito orgulho.
"Foi um gatilho, mas, ao mesmo tempo, se não tivesse passado por tudo aquilo, não seria a mulher que sou hoje, e ela a mulher que é hoje".
Boi Bumbá é tradição de família
Se uma das marcas de Isabelle é a forte conexão com o Festival de Parintins, Jaqueline tem muita responsabilidade nisso. Ela "herdou" a tradição de sua avó e, desde muito nova apaixonada pelo Garantido, levava a filha que viria a ser cunhã para o bumbódromo a partir de quando ela tinha quatro anos de idade.
"Nossa história no começo foi difícil, não tinha quem ficasse com ela. Até 3h da manhã ela ficava comigo no boi, ficava dormindo nas cadeiras".
Passada a fase difícil, Jaque sente que sua história com Isabelle não só deu bons frutos, como cresceu sobre raízes profundas. "Uma vez, ela me perguntou se eu faria tudo de novo. Faria, mas com mais cuidado. Faria tudo exatamente de novo", se emociona.
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