Boi Surubim, grupo centenário mantém tradição do reisado no interior do Ceará. — Foto: Reprodução
O Boi Surubim tem sede em Redenção, mas já foi convidado a se apresentar em outros municípios como Baturité, Acopiara, Pacoti, etc.
Por g1 CE
Boi Surubim mantém viva tradição do reisado em Redenção, no interior do Ceará.
Surubim é nome de peixe símbolo do São Francisco, e também de boi que chamou atenção ao ponto de nomear povoado pelo agreste nordestino. A resistência que cerca a palavra também dança por Redenção, no interior do Ceará, onde um grupo com nome parecido mantém viva a cultura do reisado há 100 anos.
O Boi Surubim foi fundado em 1923. O atual líder do grupo, conhecido popularmente como Mestre Agripino é, inclusive, neto do fundador Seu Nano. As principais apresentações acontecem a convite das famílias de Redenção, seguindo a tradição de dançar na frente dos terreiros, mas eles também performam em espaços públicos. Na última quinta-feira, o grupo se apresentou em uma praça do distrito de Antônio Diogo, em Redenção.
O grupo nasceu e tem sede em Redenção, mas já foi convidado a se apresentar em outros municípios como Baturité, Acopiara, Pacoti, etc. Eles têm, inclusive, uma apresentação marcada para o próximo dia 17 em Chorozinho.
O g1 conversou com Eldo Dantas, que participa do grupo há 12 anos, e atualmente faz parte da coordenação, responsável pelos figurinos. “O que me motivou foi porque gosto muito da cultura, e já trabalho com a comunidade. Eu vi a necessidade de não deixar a cultura morrer”, declarou Eldo sobre a motivação de entrar no grupo.
Eldo disse que os participantes começam a preparação em novembro do ano anterior. O grupo se sustenta exclusivamente com apoio financeiro da comunidade, que auxilia no pagamento das indumentárias, adereços, vestimentas, etc.
“O reisado da gente é o tradicional, tudo de improviso. As rimas são improvisadas na hora”, destacou.
Ele disse que, ao longo dos 100 anos de história, o grupo não conseguiu estrear algumas vezes por falta de recursos financeiros. Contudo, eles focaram os esforços em tentar trazer mais pessoas jovens para também brincar no Boi Surubim.
“A gente sempre busca a participação dos jovens, para que eles deem continuidade a nossa cultura do reisado. Se não tiver esse zelo, pode ser que acabe”, comentou Eldo.
Ele citou ainda que no distrito onde fica a sede do Surubim existiam outros grupos de reisado, mas que foram extintos ao longo dos anos.
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