Governo enviou tropas e navios militares ao estado neste sábado (9).
Da Reuters
Grupo de simpatizantes e monges budistas foi a um santuário, no Mianmar, para fazer orações pelos mortos nos conflitos no estado de Rakhine
Mianmar enviou neste sábado (9) tropas e navios militares ao estado de Rakhine, no oeste do país, após sete pessoas terem morrido nos piores conflitos em anos entre a minoria muçulmana Rohingya e budistas. Uma autoridade do governo afirmou que centenas de Rohingyas entraram em confronto com comunidades budistas, e um toque de recolher após a meia-noite foi imposto pela prefeitura de Maungdaw.
Não ficou claro o que causou a revolta, mas a região está sob estado de tensão há dias, depois de informações de que um grupo de muçulmanos estuprou e matou uma budista. Houve também a morte de dez muçulmanos, no último domingo (3), como vingança.
Repórteres da Reuters e moradores locais viram neste sábado (9) até quatro aviões com soldados pousando no aeroporto de Sittwe. A televisão estatal afirmou que navios militares chegaram à região e estão patrulhando o rio e o mar na costa de Maungdaw. Autoridades governamentais, incluindo o ministro-geral da Defesa, Hla Min, foram enviadas para supervisionar as operações.
A MRTV afirmou que sete pessoas morreram e 17 ficaram feridas durante os confrontos de sexta-feira (8), e cerca de 500 edifícios foram destruídos em Maungdaw. Hmu Zaw, assessor do presidente, afirmou no Facebook que centenas de Rohingyas atacaram dezenas de vilarejos budistas em Maungdaw. A polícia tentou proteger as pessoas disparando tiros sem causar feridos, disse. A imprensa estatal também informou sobre os disparos.
Uma fonte contatada por telefone em Maungdaw afirmou que houve confrontos durante a madrugada, apesar do toque de recolher, com Rohingyas tentando atacar residências budistas. "É um inferno. Eu me pergunto por quanto tempo vamos ter que viver assim", declarou Mya Khin, uma dona de casa.
Neste sábado (9), Maungdaw e vilarejos adjacentes amanheceram calmos, mas o Arakan National Watch, um grupo budista independente, afirmou que a violência continuou e que houve mortes na madrugada em vilarejos perto da fronteira com Bangladesh.