Vânia recebeu alta, mas os assistentes sociais não encontram parentes.
G1 CE, com informações da TV Verdes Mares
Uma mulher vive há dois anos em uma das enfermarias do principal hospital de emergência de Fortaleza, o Instituto Dr. José Frota (IJF). Conhecida como Vânia, ela deu entrada no hospital após sofrer um atropelamento e ficar paraplégica, recebeu alta há um ano, mas nenhum parente ou amigo foi buscá-la. Assim como ela, uma média de 30 pessoas chegam ao IJF por mês como “desconhecidas”, podendo depois ser consideradas pelo hospital como “abandonadas”.
Vânia divide a enfermaria com outros seis pacientes no terceiro piso. Para pessoas como ela, a assistência social do hospital desenvolveu um trabalho de busca especial. “Eles ficam no hospital sendo atendidas, passando por tratamento. E o serviço social inicia uma busca incessante de localização dessa família”, explica a assistente social Ana Cristina Figueiredo.
A paciente deu entrada no IJF em junho de 2010. Ela foi atropelada em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, e levada para o hospital pelo Samu. Precisou de um ano até se restabelecer, mas continua paraplégica. Vânia diz às assistentes sociais que a mãe se chama Andreia e que tem dois irmãos, Cláudia e André, mas não sabe onde moram. O hospital não tem como confirmar a veracidade das informações, ou qualquer pista que leve a família.
Abrigos
A assistência social do Instituto ressalta que faltam abrigos no Ceará para pessoas com transtornos mentais ou dependentes de cuidados especiais. “Existe a residência terapêutica, aqui em Fortaleza temos uma da prefeitura que é para pessoas com deficiência mental sem vínculos familiares. Mas ela está lotada e a Vânia também tem paraplegia. Não conseguindo, elaboramos um documento que está na mãe da defensoria pública do estado aguardando um local para a Vânia. Por enquanto, ela é moradora do IJF” , disse a assistente social Cláudia Alves.