Trabalhadores do Sindicato dos metalúrgicos, caminhoneiros, vigilantes, processadores de dados, dos trabalhadores do porto e dos empregados em empresas de asseio e conservação participaram na manhã desta quinta-feira (30), de um ato de protesto no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará (Mova-se), eles paralisaram as atividades para manifestar-se contra a falta de condições de trabalho no Complexo, que estariam acarretando em vários acidentes.
Os representantes fazem parte do Fórum Unificado dos Trabalhadores do Complexo Industrial do Porto do Pecém (FUTCIPP) afirmaram que querem mais segurança para exercer a atividade; equipamentos de trabalho, como capacete, botas, luvas e máscaras; além de mais operários para dar conta da demanda de caminhões que chegam ao Porto, principalmente no portão de entrada, onde é feita a vistoria.
Os trabalhadores denunciaram problemas como, acidentes de trabalho, demissão de funcionários, assédio moral, práticas antisindicais, desrespeito às pautas do FUTCIPP. Eles protestam ainda por um adicional de 30% pelo risco das atividades que exercem, pauta que já foi negociada, mas que não se chegou a consenso.
De acordo com o coordenador do FUTCIPP, Hernesto Luz, há uma média de quatro acidentes por semana, os trabalhadores não tem treinamento adequado e nem material de segurança. Os trabalhadores ainda exigem a instalação de uma unidade de pronto socorro do Corpo de Bombeiros no local. Com relação a esta unidade, afirmam que ainda não foi licitado para a construção, apesar da promessa da construção ser para o final de 2012.
A ação ocorrerá até o fim da tarde desta quinta-feira. Até o momento, cerca de 30 caminhões já faziam fila nos arredores do Complexo para entrar no porto, mas não conseguiram devido à manifestação.
De acordo com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação (SEEACONCE), cerca de 2.500 trabalhadores cruzaram os braços.
De acordo com o coordenador FUTCIPP, os tranalhadores procuram uma solução. "Os trabalhadores, em assembleia, entenderam que não era momento (pela manhã) de conversar. Não temos problema em conversar, a questão é que eles (Cearaportos e empresas) não cumprem os compromissos. Estamos há um ano conversando e queremos, agora, uma solução".
CearáPortos
A Cearaportos afirma que chamou as lideranças para conversar às 8h da manhã mas os trabalhadores "não quiseram formar uma comissão e só na sexta (31) iriam conversar, pois a quinta (30) era de paralisação e manifestação".
Segundo Waldir da Frota Sampaio, diretor de Infraestrutura e Desenvolvimento Operacional do Porto do Pecém, apesar das manifestações impedirem a entrada de caminhões no Porto, o setor administrativo e operacional funcionaram normalmente, operando com 3 navios na manhã desta quinta-feira.
De acordo com informações da CearáPortos, empresa que administra o Porto do Pecém, o presidente Erasmo Pitombeira enviou um representante para conversar com os líderes do movimento em uma reunião, em que seria apresentada a pauta de reivindicações dos manifestantes.
A Cearaportos afirmou que a respeito dos acidentes, a gestora e as empresas tem o seu pessoal, portanto, elas são responsáveis por isso. Em alguns casos, o acidente ocorre por negligência dos próprios funcionários.
Já quanto ao adicional de insalubridade, a Cearaportos informou que está sendo questionado na Justiça, que ainda não definiu os valores. Além disso, a Cearaportos não tem gerência sobre os benefícios que as empresas concedem a seus funcionários. Portanto, não tem como obrigá-los a pagar ou não.
Os trabalhadores denunciaram que falta equipamentos. A Cearaportos informou que tem engenheiro de segurança e desconhece que faltem os EPIs (Equipamento de Proteção Individual).