Na região, perde para o Piauí (76,5%), diz IBGE
A taxa de sobrevivência das empresas no Ceará é uma das mais fortes do Nordeste do País, segundo a pesquisa Demografia das Empresas, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contabilizando 138.785 negócios, dos quais 105.672 deles estiveram dentro deste indicador ainda em 2010 - de quando data o levantamento -, o Estado apontou 76,1% de sobreviventes. O resultado ficou abaixo da média nacional (77,9%), mas é a segunda da região, perde apenas do indicador do Piauí (76,5%).
Mais Nordeste
Em números absolutos, no entanto, a competição com Bahia e Pernambuco surge também nesta pesquisa. Essas duas unidades da Federação foram, respectivamente, responsáveis pela sobrevivência de 173.680 e 89.691 empresas entre os anos de 2009 e 2010. Ao contabilizar apenas os negócios ativos na região, o mercado cearense também permaneceu em segundo no ranking. Foram 138.785 números de CNPJ contabilizados pelo IBGE contra 231.418 mil constatados na Bahia.
Em terceiro lugar, apareceu Pernambuco, mais uma vez, com 121.110 empresas.
Saíram
Outro indicador que demonstrou um desempenho relevante do Estado ante os outros da região diz respeito à saída das empresas do mercado durante o período analisado pelo estudo.
De acordo com o IBGE, a taxa de desistência foi de 16,08%, a segunda menor do Nordeste - também atrás do Piauí (16%) - porém, maior que a média nacional (16,2%). No total, 23.330 empresários desistiram de continuar em atividade no Ceará no intervalo de tempo pesquisado pelo levantamento do IBGE.
O número, diferente do índice é alto. Novamente, o segundo entre os nove nordestinos. Acima, segue a Bahia (41.300), e abaixo, Pernambuco (21.600).
Entraram
No que diz respeito à entrada de novas empresas no mercado, o Estado apresenta comportamento mediano, quando aponta 23,9% de entrada de novos empreendimentos - sexto da lista da região Nordeste.
Setores
Entre os setores com maior destaque para a geração de postos formais, o comércio despontou no mercado cearense ao ser responsável por 84.422 negócios e a geração de 202.349 postos entre 2009 e 2010, segundo a pesquisa Demografia das Empresas. O segmento contou com a estreia de 18.682 empresários, e, também, foi responsável pelo maior número de empresários desistentes (14.370).
A indústria da transformação foi a segunda da lista em representatividade no levantamento. No total, 14.997 empresas existiam no setor no período, das quais 3.338 entraram e outras 2.329 fecharam em similar período. Essa movimentação resultou na geração de 7.933 empregos, dos 244.553 postos de trabalho do segmento.
Desproporcional ao número de empresas no mercado (5.323), com 1.659 entradas e 871 saídas, os negócios relacionados às atividades administrativas e serviços complementares ostentavam 101.363 postos de trabalhos formais, no período estudado pelo IBGE.
Ranking
138 mil e 785 números de CNPJ foram contabilizados pelo IBGE, no Ceará, contra 231.418 mil constatados na Bahia. Em 3º lugar, ficou Pernambuco, com 121.110.
Companhias maiores são mais resistentes
Rio. O Brasil contava com 4,5 milhões de empresas ativas em 2010, com idade média de 9,7 anos, segundo a Demografia das Empresas, divulgada ontem IBGE, a partir de dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre). O número de empresas registradas em 2010 superou o de 2009 em 6,1%, o que indica a entrada 261,7 mil empresas. A maior parte das novatas era de pequeno porte, porém, foram as maiores que demonstraram capacidade de resistir por mais tempo, revela a pesquisa. Segundo o IBGE, após três anos de existência, quase metade das empresas não sobreviveu.
"As empresas maiores, com maior capital imobilizado, tendem a permanecer mais tempo no mercado, pois os custos de saída costumam ser elevados, dentre outros fatores. Já nas empresas sem pessoal assalariado 45% não existiam mais no segundo ano após a entrada no mercado", informou o IBGE. O mercado, em 2010, era formado por 3,53 milhões de sobreviventes (77,9% do total) e 999,12 mil entrantes (22,1%).
Existe uma relação direta entre o tamanho e a taxa de sobrevivência, destaca o instituto. Enquanto apenas 67,3% das sem pessoal assalariado eram sobreviventes em 2010, ou seja, estavam em atividade no ano anterior, a taxa era de 88,5% entre as que empregavam de uma a nove assalariadas e de 95,9% entre as com dez ou mais ocupadas.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER