Ex-presidente teria pressionado ministro para adiar julgamento do mensalão.
Fabiano CostaDo G1, em Brasília
O ministro do Supremo Tribunal Federal José Antônio Dias Toffoli assumiu nesta terça-feira (29) uma cadeira titular no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ex-advogado do PT e ex-advogado-geral da União no governo Lula, Toffoli, 44 anos, foi indicado para o Supremo Tribunal Federal, onde atualmente é ministro, pelo ex-presidente.
No TSE, ele ocupará a vaga aberta com a saída do ministro Ricardo Lewandowski, que pediu exoneração da Corte eleitoral em abril para se dedicar à revisão do processo do mensalão.
A solenidade de posse do novo ministro atraiu parte da cúpula política da capital federal. Além da presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, estavam presentes na cerimônia os chefes do Supremo, Carlos Ayres Britto, e do Senado, José Sarney(PMDB-AP).
Após a posse, Dias Toffoli não quis comentar sobre a polêmica envolvendo o ministro do STF Gilmar Mendes e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado pelos jornalistas sobre o episódio, ele encerrou a entrevista e se retirou.
Reportagem do final de semana da revista "Veja" relatou encontro entre o ministro e o ex-presidente. Na ocasião, segundo a publicação, Lula teria oferecido blindagem a Mendes na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento dos 38 réus do mensalão. Na tarde desta terça, Mendes acusou o petista de atuar como uma "central de distribuição" de informações contra ele. Lula nega a pressão.
Perfil
Natural de Marília, no interior de São Paulo, Toffoli atuou como advogado-geral da União no segundo mandato de Lula. Em outubro de 2009, com a morte do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, o ex-presidente o indicou para a Suprema Corte. Em dezembro do mesmo ano, Toffoli foi integrado ao pleno do TSE como ministro substituto.
"A Justiça Eleitoral brasileira é um exemplo para vários países. Participar desta Corte é um momento de muita alegria", disse Toffoli ao final da cerimônia.