Brasil fecha acordo de venda de jatos da Embraer para Venezuela

Acordo foi assinado no Palácio do Planalto, antes de reunião do Mercosul.

Priscilla MendesDo G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assinaram na manhã desta terça-feira (31) um acordo de venda de jatos da Embraer para a empresa venezuela Conviasa. O contrato prevê a venda imediata de 6 jatos 190AR. Outros 14 ficam como opção de compra.

A venda dos seis jatos vai render à Embraer 270 milhões de dólares. Se a Venezuela confirmar também a compra dos demais 14, o valor total da negociação pode chegar a 900 milhões de dólares.

O acordo foi assinado em Brasília, antes de reunião de cúpula do Mercosul que vai confirmar a entrada de Venezuela como membro do bloco. Estarão presentes à reunião também o presidente do Uruguai, José Mujica, e da Argentina, Cristina Kirchner. Como continua suspenso do bloco, por causa do impeachment que tirou o ex-presidente Fernando Lugo do cargo, o Paraguai não participará da reunião no Brasil.

A cúpula terá duração de cerca de 1h30 e selará o ingresso da Venezuela no Mercosul, decisão tomada por Brasil, Argentina e Uruguai no mês passado, durante a 43ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, na cidade argentina de Mendoza.

Polêmica
A incorporação do país ao bloco só foi possível devido à suspensão temporária do Paraguai, o que ocorreu após o presidente Fernando Lugo ser destituído do poder. O Paraguai era o único membro permanente cujo Congresso ainda não havia aprovado a entrada da Venezuela.

O ingresso do país de Hugo Chávez ao Mercosul se deu em meio a polêmica e acusações de que o Brasil teria feito pressão a favor da admissão. O ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, afirmou no início do mês que seu país era contrário ao ingresso da Venezuela "nessas circunstâncias". Segundo agências internacionais de notícias, Almagro disse que a posição do Brasil "foi decisiva nessa história".

O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, negou a acusação na época. "Nós não fizemos pressão sob nenhum país até porque não é estilo da presidenta Dilma Rousseff fazê-lo", disse Garcia na época. Segundo o assessor especial, o Brasil não faz esse tipo de pressão "em relação a nenhum governo e menos ainda o faria em relação a governos com os quais nós temos uma associação tão intima".