COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Concentração da Marcha das Vadias, na praça do Ciclista, na avenida Paulista, em São Paulo A Marcha das Vadias, manifestação de protesto à violência contra as mulheres, reuniu cerca de 500 pessoas na tarde deste sábado, em São Paulo. A estimativa é da Polícia Militar.
Por volta das 15h, os manifestantes saíram da praça do Ciclista, na avenida Paulista, rumo à praça da República, no centro de São Paulo. Eles desceram a rua Augusta acompanhados por dois carros da polícia e um da CET.
Os participantes pintaram o corpo, vestiram acessórios como meia arrastão e prepararam cartazes para participar da marcha. Nos dizeres frases em defesa das mulheres como "meu corpo minhas regras", ou ainda "meia arrastão não justifica estupro". Os homens também se engajam e um deles levava um cartaz escrito "mulher não se estupra, se conquista".
Às 17h, a Marcha das Vadias chegou à praça da República, onde começou a se dispersar.
A mobilização pretende chamar a atenção aos diversos tipos de violência sofridos cotidianamente pelas mulheres, seja verbal, física ou sexual --como o assédio nas ruas das cidades, violência psicológica, ameaças, espancamentos, estupros e assassinatos.
Um dos principais problemas combatidos pela marcha é a responsabilização das vítimas pela violência sofrida, que, segundo os manifestantes, amplia o sentimento de humilhação, desestimula denúncias e reduz a possibilidade de punição aos agressores.
MOVIMENTO MUNDIAL
Em 2011, a marcha aconteceu no dia 04 de junho e reuniu cerca de 300 pessoas na praça do Ciclista, segundo estimativa da Polícia Militar. Na página do evento no Facebook, mais de 6.000 pessoas haviam confirmado presença.
A organizadora da marcha em São Paulo, Madô Lopez, disse em seu blog que já foi insultada pelas roupas que usava, em cantadas e gracinhas feitas por homens.
"Chega de sermos recriminadas e discriminadas nas ruas porque usamos saias, leggings, regatas, vestidos justos, chega de sermos reprimidas e intimidadas porque somos mulheres, porque somos femininas e porque queremos nos sentir sensuais, bora pras ruas mulherada! Não é porque uso saia que sou puta!", escreveu.
Além de São Paulo, outras 13 cidades, entre elas Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Salvador, receberam a marcha, que faz parte de um movimento mundial.
Em algumas localidades, como em Araraquara, o evento já foi realizado ou só vai ocorrer após a data nacional, totalizando ao menos 22 manifestações em 2012. A lista completa está no blog da organização.
Para o ano que vem, já começam as primeiras articulações para a unificação da marcha entre países da América Latina.