A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) prepara campanha anual de imunização antirrábica para agosto. A definição da data depende de orientação do Ministério da Saúde, porém, todo o esquema está pronto, inclusive, as ações visando esclarecer a população sobre o perigo dos saguis. A meta é imunizar 1,6 milhão de animais, sendo 1,1 milhão de cães e 571 mil gatos na Capital e Interior. Neste ano, houve um registro de raiva humana, no município de Jati, exatamente transmitido pelo sagui.
Segundo a responsável técnica pela vacinação da Sesa, Kataryne Pinheiro, a raiva continua representando um grave problema de saúde pública. Apesar de existirem dois casos recentes de raiva humana que alcançaram a cura, ocorridos nos Estados Unidos e em Recife, outros casos submetidos aos mesmos protocolos de tratamento não tiveram êxito. Portanto, alerta a especialista, a vacina em cães e gatos é a única maneira eficaz de se prevenir contra a doença.
A raiva é transmitida ao homem por mordida, lambida ou arranhão de um animal infectado, principalmente cães, gatos, morcegos e saguis. "Nos últimos três anos, 75% dos casos registrados de raiva humana no Ceará foram transmitidos por sagui, animal silvestre, que deve viver somente nas matas, mas ainda há quem atraia o animal para o convívio doméstico, colocando a saúde pública em risco", destacou o coordenador de promoção e proteção á saúde da Sesa, Manoel Fonseca.
Em 2008, houve um caso de raiva humana em Camocim, provocado por um sagui. Em 2010, dos dois casos confirmados, um foi em Ipu, também por sagui, e um em Chaval, transmitido por cão. No ano passado, não houve registro de casos no Ceará.
Doentes
A vacina antirrábica não tem contraindicações, e os donos devem levar para vacinar os gatos e cães a partir dos três meses de vida, inclusive fêmeas prenhas, evitando vacinar animais doentes. "Qualquer dúvida, o dono deve conversar com o veterinário, no entanto, a vacina não tem contraindicações e o que ocorreu em São Paulo, em 2010, foi isolado e já resolvido pelo Ministério da Saúde", frisa ele, referindo-se a 2010, quando a campanha de vacinação foi suspensa em todo o País depois de mortes e reações adversas em cães e gatos que haviam sido vacinados.
Quanto a isso, veterinários cearenses são unânimes em afirmar que a vacina não oferece perigo algum à saúde do animal, como a professora Verônica Campelo, da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Favet-Uece). "Ela é de cultivo celular e de excelente qualidade. O que aconteceu foi resolvido", explica.
A coordenadora do Grupo Protetores Independentes, Cristiane Angélica Justa, ressalta o trabalho desenvolvido pela Favet-Uece na imunização e castração de animais com custo simbólico. Ela recomenda a vacina contra a raiva e afirma que é uma forma de amor dos donos para com seus cães e gatos.
O Grupo Protetores Independentes trabalha com guarda responsável e entrega o animal saudável para adoção com todas as vacinas em dia.
LÊDA GONÇALVES
REPÓRTER