Jamais na história da seleção brasileira uma derrota para a Argentina foi tão bem recebida quanto a do dia 9 do mês passado, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Apesar da óbvia decepção com o placar de 4 a 3 para os vizinhos, público e crítica aprovaram a atuação do time olímpico do Brasil naquele amistoso.
No último treino antes do jogo, Mano Menezes gastou mais tempo conversando com Oscar, Hulk, Neymar e Leandro Damião, mostrando que sua maior preocupação é com a armação ofensiva do time
E ninguém ficou tão satisfeito quanto Mano Menezes, tanto que, na cabeça do treinador, aquela partida virou um modelo a ser seguido. A começar por hoje, às 15h45, quando a seleção fará o seu único amistoso de preparação para os Jogos Olímpicos, em Middlesbrough, contra a Grã-Bretanha, dona da casa.
Naquela tarde, em Nova Jersey, os meninos brasileiros surpreenderam quem acreditava que eles iriam levar um baile da equipe principal da Argentina. Os garotos jogaram como gente grande, no ataque, querendo sempre assumir o controle do jogo. É exatamente isso o que Mano quer ver nesta sexta - um time agressivo, que pressione a defesa adversária para roubar a bola perto do gol britânico.
E é isso, evidentemente, que o gaúcho deseja ver na partida contra o Egito, na próxima quinta-feira (26), a primeira do Brasil nos Jogos Olímpicos.
"Fizemos alguns amistosos fortes, como esse contra a Argentina, e penso que se fomos capazes de fazer o que fizemos contra o time principal da Argentina, temos de fazer mais e melhor contra equipes sub-23", disse.
Atuação animadora
Para o treinador, qualquer coisa menor do que aquilo será uma decepção, especialmente porque o adversário desta sexta é jovem e tem poucos jogadores de primeiro escalão - na verdade, tem só um, o veterano Ryan Giggs, do Manchester United.
Como já se sabe, Mano vai repetir o time que perdeu para a Argentina, com exceção da volta do zagueiro Thiago Silva, que não disputou aquela partida por causa de uma lesão no joelho.
A formação tática também será a mesma, com Oscar armando as jogadas de ataque pelo lado direito, Hulk fazendo o mesmo pela esquerda e Neymar jogando pelo meio, mas com liberdade para se deslocar para onde quiser. Leandro Damião será o único jogador fixo no ataque.
Rafael Silva, lateral-direito do Manchester United, ganhou a posição de Danilo justamente no jogo contra a Argentina.
Ele, no entanto, não é o que se costuma chamar de titular absoluto, por isso precisa jogar bem para não correr o risco de voltar para o banco, onde estará sentado Paulo Henrique Ganso. "Atropelado" por Oscar na disputa pela camisa 10, o meia do Santos espera ter a chance de estar em campo, pelo menos, por alguns minutos para começar a recuperar o brilhante futebol que não exibe há tempos.
No último treino antes do amistoso, ontem pela manhã, Mano comandou um treino muito parecido aos que Tite faz com frequência no Corinthians: os 11 titulares dispostos em campo, sem adversários.
O treinador acompanhava de perto a troca de passes, parava a movimentação com frequência para dar instruções. E, eventualmente, até participava ele mesmo das jogadas, recebendo bolas e fazendo passes.
Nas quase duas horas de treino, Mano gastou mais tempo conversando com Oscar, Hulk, Neymar e Leandro Damião do que com os defensores.
A Seleção Brasileira contra a Grã-Bretanha deve formar com: Rafael Cabral; Rafael Silva, Thiago Silva, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo e Oscar; Hulk, Neymar e Leandro Damião.
SEM EMPOLGAR
A seleção da Grã-Bretanha foi formada sob polêmicas e controvérsias. O Comitê Olímpico Britânico reúne Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Elas disputam separadamente os torneios da Fifa, mas tiveram que se unir para formar um time para os Jogos. A torcida não comprou a ideia
CLONE DE NEYMAR
O governo federal vai usar um clone virtual do atacante Neymar para promover a imagem do Brasil na Olimpíada. O público poderá interagir com uma imagem do jogador e fazer embaixadinhas com bolas virtuais.