Empatar em casa geralmente tem sabor de derrota. E mais ainda quando se sofre um gol aos 47 do segundo tempo. Foi o que o Ceará sentiu na pele ontem diante do São Caetano, no PV.
O Vovô tinha a vitória nas mãos ao fazer o segundo gol aos 44 minutos da etapa final, mas no lance seguinte sofreu o amargo empate, frustrando a torcida que já comemorava três pontos suados em casa.
Com o empate em 2 a 2 contra o São Caetano, o Vovô chega ao terceiro empate seguido e estaciona na zona intermediária da Série B, com 14 pontos.
Na 12ª rodada, o Ceará recebe o ASA, no sábado, para tentar quebrar essa sina de empates.
O jogo começou aberto, com chances de gol aparecendo logo na primeira chance para cada time. Com menos de um minuto o São Caetano poderia ter marcado em chute de Eder, que Fernando Henrique espalmou. O Ceará respondeu aos dois minutos, em chute forte de Eusébio, que o goleiro Fábio, meio no susto, se virou para defender.
Mas depois disso o jogo ficou feio. Com as marcações levando vantagem sobre a criação de jogadas, só um improviso desmontaria um sistema defensivo. E foi o que Mota fez, aos 36 minutos, ao dar passe genial de calcanhar para Leandro Chaves, que avançou livre pela esquerda e foi derrubado pelo goleiro. Pênalti. Na cobrança, Mota bateu com categoria e fez 1 a 0 para o Vovô.
A vantagem foi um alívio para a torcida alvinegra, que não via o time jogar bem até então. Mas o sentimento logo virou revolta aos 44. Em cobrança de falta de Eder, o goleiro Fernando Henrique sofreu falta ao disputar a bola pelo alto com dois adversários, mas o árbitro validou o gol.
O camisa 1 esbravejou na saída para o intervalo. "Eu não entendo mais de futebol se isso não foi falta. Para marcar, eles têm que me matar?", reclamou Fernando Henrique, revoltado.
Vitória escapa
Com um a mais desde os três minutos do segundo tempo - Moradei foi expulso - , o Ceará manteve mais a posse de bola. Mas atacou desordenadamente contra um time que só se defendia.
Mota e Romário, duas vezes cada, perderam boas chances para o Vovô, que não parecia ter qualidade para marcar mais um gol. E a chance veio aos 44, quando Samuel tirou com a mão em cima da linha no momento em que a bola ia entrar. Mota bateu com segurança e fez o segundo.
Mas quando tudo levava a crer que a vitória chegaria, a defesa bobeou ao fazer uma falta na entrada da área aos 47. Eder cobrou com maestria, empatando a partida no PV.
Não havia mais tempo para uma reação e o Ceará amargou mais um tropeço na Série B.
Ficha técnica
Ceará 2
Fernando Henrique; Apodi, Thiego, V. Hugo e Eusébio; Heleno, Jardel (Thiaguinho), L. Chaves (Henrique Dias) e Rogerinho; Itamar (Romário) e Mota. Técnico: PC Gusmão
São Caetano 2
Fábio; Samuel, Wagner, Gabriel e Diego; Augusto Recife, Moradei, Éder e M. Costa (Marcone); Geovane (Danielzinho) e Leandrão (Somália). Técnico: Sérgio Guedes
Série B do Brasileiro-2012
Estádio: Presidente Vargas, em Fortaleza (CE) Data: 17 de julho de 2012 Renda: R$ 127.949,00
Público: 10.086 pagantes
Árbitro: José de Caldas Souza (DF)
Assistentes: Edilson Frasão (TO) e Ciro Chaban (DF) Gols: Mota (36/1ºT e 44/2ºT) e Eder (44/1ºT e 47/2ºT)
Cartões amarelos: Apodi, Mota, Romário, Fernando Henrique e Thiego (CEA); Somália, Danielzinho, Augusto Recife, Fábio e Eder (SCA)
Cartões vermelhos: Samuel Santos e Moradei (SCA)
PC Gusmão vai processar Lucca
Quem imaginou que o bate-boca ocorrido no jogo Ceará 2x2 Criciúma, no início do mês, pela Série B do Brasileiro, fosse passar em branco, enganou-se. O técnico alvinegro, PC Gusmão, entrou com uma ação na Justiça contra o atleta Lucca, do Tigre, por injúria e difamação.
No fim da partida, Lucca aproximou-se do banco de suplentes do Ceará e xingou o treinador de "vagabundo e safado".
Tudo começou quando o Vovô marcou o gol de empate aproveitando-se da posse de bola, mas a atitude foi questionada pelo clube catarinense, que exigia do Alvinegro a prática do "fair play". Na oportunidade, o goleiro do Criciúma havia chutado a bola para a lateral, enquanto um outro atleta caíra em campo, sem lesão aparente. O Ceará cobrou o lateral, não devolvendo a bola ao adversário por julgar que ele estava praticando o anti-jogo, e completou o lance.
Ontem pela manhã, o advogado do técnico, Leandro Vasques, ajuizou, no Fórum Clóvis Beviláqua, uma queixa-crime contra Lucca, por injúria e difamação.
Penas previstas
Se for condenado por injúria, o atleta pode ser apenado de 3 meses a 1 ano. Se for por difamação, 1 a 3 anos de acordo com o Código Penal Brasileiro. "O PC foi atingido na sua honra pessoal e vai querer a reparação deste crime", explicou o advogado criminalista. Ele informou ainda que até sexta-feira haverá novidade sobre o caso.
VLADIMIR MARQUES
REPÓRTER