Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, criaram a câmera digital " mais rápida do mundo" , capaz de rastrear células individuais em altíssima velocidade. A capacidade do equipamento de isolar células raras é essencial para a detecção precoce de doenças e para o monitoramento de tratamentos.
A nova câmera é eficaz na detecção de células tumorais circulantes, biomarcadores de um tumor que circulam pelo sangue. Elas são responsáveis por espalhar o câncer por meio da metástase.
A dificuldade de se detectar estas células no organismo reside no fato de existirem poucas delas em cada bilhão de células saudáveis. Atualmente a identificação de células individuais é feita por microscópios dotados de câmeras, que precisam analisar milhões de células. Desta forma, quanto mais rápida for a câmera, maior será a capacidade de detecção do equipamento, permitindo a geração de resultados estatisticamente válidos.
"Para identificar essas células elusivas, a câmera deve ser capaz de capturar e processar digitalmente milhões de imagens continuamente," explica Bahram Jalali, coordenador da equipe. O pesquisador destaca que as câmeras utilizadas atualmente, dotadas de sensores conhecidos como CCDs, não são nem de perto rápidas o suficiente.
Foi com base nesta deficiência que Jalali desenvolveu uma nova tecnologia fotônica, que mescla raios laser, microscopia e uma técnica conhecida como citometria de fluxo, capaz de capturar imagens de forma muito rápida. O equipamento é capaz de identificar uma célula individual perdida no meio de um milhão de outras células. Além disso, a análise é realizada de forma rápida, alcançando 100 mil células por segundo, aproximadamente 100 vezes mais rápido do que os melhores equipamentos atuais.
Atualmente, a equipe de pesquisa está realizando testes clínicos com a nova câmera. Os pesquisadores demonstraram a identificação em tempo real de células raras do câncer de mama no sangue entre milhões de células saudáveis.
Resultados preliminares indicam que a nova tecnologia tem o potencial para rapidamente permitir a detecção de células tumorais circulantes a partir de um grande volume de sangue, abrindo um caminho eficaz e preciso para o diagnóstico do câncer e para a monitorização da eficácia de drogas e terapias de radiação.
"Essa tecnologia pode reduzir significativamente os erros e custos em diagnósticos médicos", diz o pesquisador envolvido no projeto Keisuke Goda. "A tecnologia também é potencialmente útil para exames de urina, monitoramento da qualidade da água e aplicações relacionadas", conclui.
Fonte: Isaude.net