As grades das celas do 26º Distrito Policial (Edson Queiroz) foram serradas durante madrugada de ontem.
O único inspetor que estava de plantão estranhou o comportamento dos presos, pediu reforço policial e foi verificar o que estava ocorrendo. Os 19 presos foram transferidos para xadrezes no prédio da Delegacia Geral da Polícia Civil e mandados de volta logo que as grades serradas foram substituídas.
Pela manhã, a situação continuava complicada nas delegacias por conta da superlotação. No 29ºDP (Pajuçara), os presos iniciaram uma rebelião, entretanto, o delegado Vicente Ferreira, com a ajuda de policiais militares, contornou a situação. A delegacia só tem um xadrez que abriga 13 presos, porém a capacidade é para quatro. Os detentos ficaram revoltados porque foram apreendidos chips de celulares na cela.
Outras
No 5ºDP (Parangaba), a delegada Eliane Barbosa solicitou ajuda da Polícia Militar para vistoriar as celas que estão superlotadas. Duas patrulhas do Comando Tático Motorizado (Cotam) foram mobilizadas.
O diretor do DPE, delegado Jairo Façanha Pequeno, informou que até ontem as delegacias da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) abrigavam 860 presos. "São pessoas que já deveriam estar nas unidades do sistema penal", lembrou o delegado.
Na manhã de ontem, a situação ainda era confusa no 26º DP. Policiais do Comando Tático Motorizado (Cotam) foram chamados pelo delegado FOTO: WALESKA SANTIAGO
Jairo Pequeno disse ainda que ele e o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, delegado Harley Alencar, encaminharam ofício à SSPDS mostrando a situação das delegacias localizadas na RMF.
O secretário Francisco José Bezerra manteve contato com a secretária da Justiça e Cidadania, Mariana Lobo, e expôs o problema. "Eles estão buscando uma solução imediata para o problema", frisou Jairo Pequeno. Por determinação da Justiça, as unidades prisionais não podem receber mais 20 por cento excedente da capacidade. Para Jairo Pequeno, devido à situação precária das delegacias, o ideal seria que o magistrado permitisse que presídios recebessem, pelos menos, 30 por cento de excedente.
O diretor do DPE lembra que a Polícia Civil está impossibilitada de cumprir o papel constitucional porque os inspetores fazem as vezes de agentes penitenciários e são obrigados a levar presos para as audiências nos fóruns e também para hospitais.