O sentimento inicial da campanha eleitoral é que haverá uma polarização entre os candidatos à Prefeitura de Fortaleza apoiados pelo governador Cid Gomes, o deputado estadual Roberto Cláudio e pela prefeita Luizianne Lins, Elmano de Freitas, até recentemente secretário de Educação do Município.
Senador Inácio Arruda não conseguiu repetir a estratégia utilizada em 2006 para sair candidato ao Senado da República
Os demais candidatos, obviamente farão tudo para evitar essa realidade desenhada, mas falta-lhes os instrumentos imprescindíveis para a concretização do objetivo, dentre eles o financiamento e o tempo no horário eleitoral para propagação de suas ideias e o convencimento do eleitorado.
O ideal seria que outros três ou quatro do rol de postulantes reunissem as mesmas condições dos dois ligados aos governos para que o fortalezense ouvisse mais sobre seus projetos para a solução dos problemas que os atormentam e mais bem informados pudessem ter à sua disposição um leque maior de opções para escolher, no dia 7 de outubro, o próximo governante da Capital cearense.
A existência de uma lista com dez candidatos a prefeito não significa que todos sejam opção. Em condições desiguais, como a realidade nos mostra, os sem padrinhos nos governos serão apenas número, lamentavelmente.
Chances
Os partidos e seus representantes na disputa, como já registramos em outras oportunidades, não se prepararam para driblar essa situação e se apresentarem com as mesmas chances de vitória, diferentemente do processo conduzido tanto pelo grupo da prefeita quanto o do governador, apesar das insistentes declarações de aliados de um e outro lado na defesa da continuidade da aliança entre PT e PSB.
Heitor, Marcos Cals e Moroni só realmente definiram suas candidaturas pouco tempo antes das datas definidas no Calendário Eleitoral, para a realização das convenções e pedido de registro das candidaturas. Nenhum deles tinha garantia de entrar na disputa. Heitor e Marcos Cals por questões partidárias e Moroni pela falta de estrutura para ir à luta.
A candidatura de Inácio Arruda, sonhada para uma realidade, sofreu duro golpe por não conseguir parceiros que lhe garantisse um pouco mais de tempo no rádio e na televisão, os principais palanques das campanhas eleitorais brasileiras.
Comando
Ele não conseguiu repetir o feito de 2006, quando saiu candidato a senador, afastando da disputa o hoje senador Eunício Oliveira, o nome preferido, naquela oportunidade pelo governador Cid Gomes e o comando da sua campanha. Naquela oportunidade, Inácio insistiu em ser candidato e a coligação quedou-se.
Agora, sua pressão não valeu. Ele está na disputa sozinho. Até uma aliança que estava trabalhada com o PP não vingou e só um milagre poderá fazê-lo prefeito de Fortaleza, visto estar ética e moralmente impossibilitado de fazer um discurso de mudança na administração da cidade em razão do seu atrelamento, tanto ao Governo de Luizianne quanto ao de Cid Gomes.
Conscientes
Elmano de Freitas e Roberto Cláudio são conscientes da realidade atual. Suas estruturas estão sendo montadas para permitir a luta do segundo turno. Os discursos estão construídos com o foco nas realizações dos governos que os apoiam.
Elmano admite ter dificuldades nesse campo, mas garante estar preparado para defender a administração e mostrar como fará, em prefeito sendo, para mudar a face da Capital alencarina. Roberto Cláudio terá um discurso propositivo e deverá ser o crítico mais aguerrido da administração municipal.
Todos os demais candidatos, embora o discurso seja o de uma campanha limpa, se voltarão contra os governos de Luizianne e de Cid Gomes na tentativa de se firmarem como oposição.
EDISON SILVA
EDITOR DE POLÍTICA