Crise política marca o início do governo de Mohamed Morsi.
Da Reuters
A Alta Corte Constitucional do Egito suspendeu nesta terça-feira (10) o decreto do presodente Mohamed Morsi que havia restabelecido o Parlamento, dissolvido em meados de junho pelo mesmo tribunal.
Assembleia Popular, em que os deputados da Irmandade Muçulmana são maioria, havia se reunido pela manhã, em um desafio ao Exército, que apoiou a decisão do tribunal.
Morsi, o primeiro presidente civil do Egito após seis décadas de regimes ligados aos militares, havia revogado no domingo a ordem que dissolvera a legislatura.
O parlamento, liderado pela Irmandade Muçulmana, de Morsi, e outros aliados, foi desfeito pelos militares, com base em uma decisão judicial, apenas dias antes do segundo turno da eleição presidencial.
Pouco antes de o presidente do parlamento, Saad al-Katatni, ter aberto a sessão, os Estados Unidos pediram que os dois lados iniciem conversas para garantir uma transição política tranquila no Egito, um aliado próximo dos EUA durante as três décadas de governo do ex-presidente Hosni Mubarak.
"Eu os convido a reunir-se em acordo com o decreto emitido pelo presidente", disse Katatni, que vem da Irmandade assim como Morsi. "Quero confirmar que o decreto presidencial não viola a Justiça."
A disputa é parte de uma luta mais ampla de poder, que poderá levar anos até se consolidar, e que opõe os islâmicos reprimidos por muito tempo sob o regime Mubarak aos generais que governaram o Egito por seis décadas ao lado do ex-presidente.
O Conselho Militar, que governou o Egito desde a derrubada de Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, após manifestações populares, entregou os poderes a Morsi em junho, mas procurou reduzir sua autoridade pouco antes de ele ser eleito.
A Irmandade Muçulmana anunciou marchas de apoio nesta terça-feira em favor das decisões do presidente e do restabelecimento do Parlamento.